O bispo emérito da diocese de São Tom e Príncipe, Manuel António dos Santos, agradeceu hoje ao Presidente da República o acolhimento que teve durante os 15 anos de missão que desempenhou no país, que afirma deixar com “dever cumprido” e o “povo no coração”.
“Pelo facto de ele ser o Presidente da República e representar toda a Nação, nele eu quis agradecer a todo o povo são-tomense, todo o modo acolhedor como sempre me senti aqui em São Tomé, o carinho que até nos últimos tempos têm manifestado até de uma maneira mais intensiva das pessoas para comigo”, disse o português Manuel António dos Santos, após um encontro com o chefe de Estado são-tomense, Carlos Vila Nova.
“Na pessoa do senhor Presidente eu quis agradecer a todo o povo são-tomense com um obrigado grande por todo o modo carinhoso como sempre fui aqui recebido”, reforçou.
O bispo emérito da igreja católica são-tomense anunciou em meados do mês passado que renunciou ao cargo, alegando que se sentia “profundamente cansado” dadas as exigências do exercício da missão num país com as características de São Tomé e Príncipe.
“É uma diocese com muitas dificuldades e exige do bispo o empenho para pensar o presente e o futuro da diocese e a verdade é que chegou o momento em que eu estava a sentir-me profundamente cansado. […] Nos últimos tempos já me sentia com dificuldades em sentir ânimo para continuar”, afirmou Manuel António dos Santos no dia em que tornou pública a sua renúncia.
No entanto, o bispo emérito, Manuel António dos Santos, que obteve a nacionalidade são-tomense, disse que leva do país “a amizade das pessoas” e “a consciência” que fez “alguma coisa para este povo” e para a igreja de São Tomé e Príncipe.
“Levo de São Tomé e Príncipe a ideia de um dever cumprido, a ideia de um serviço feito com dedicação a este povo, mas levo também, sobretudo, muito carinho deste povo: levo este povo no coração”, afirmou.
Manuel António foi mentor de vários projetos sociais em São Tomé e Príncipe, com destaque para a instalação da Casa dos Pequeninos construída com o apoio da cooperação portuguesa para o acolhimento meninas até aos 08 anos.
Contudo, sublinhou, “São Tomé tem tanta coisa por fazer”, referindo que gostaria de construir no país uma escola de arte/música, “um grande centro escolar que de facto fosse referência de educação” para as crianças e rapazes, uma casa para acolhimento dos rapazes e “mais centros de culto para as comunidades”.
Quanto ao seu futuro, referiu que ainda está “completamente em branco”, apesar de alguns “pedidos da igreja de Angola”.
Durante o encontro com o Presidente da República, Manuel António dos Santos disse que não discutiram assuntos políticos, mas referiu que pediu ao chefe de Estado “que fosse um bom Presidente e Presidente de todos os são-tomenses”, “alguém em quem o povo todo se sente refletido” e “um bom Presidente ao serviço deste povo”.
Manuel António dos Santos, de 62 anos, é natural de São Joaninho, distrito de Viseu, Portugal, e foi nomeado bispo diocesano de São Tomé e Príncipe, no dia 01 de dezembro de 2006 pelo Papa Bento XVI, assumindo as funções no dia 18 de março de 2007.
No dia 13 de julho o Vaticano anunciou a aceitação do seu pedido de renúncia.
Até que seja indicado o novo bispo para o país, a diocese de São Tomé e Príncipe será coordenada pelo bispo auxiliar da arquidiocese de Luanda (Angola), Dom António Lungieki Pedro Bengui, enquanto administrador apostólico.