Eleições’22: MLSTP/PSD exibe projetos do Governo e pede mais quatro anos

Segundo Jorge Bom Jesus, apesar da pandemia e das crises, o Governo liderado pelo MLSTP, em coligação com o PCD/MDFM/UDD, conseguiu executar vários projetos e lançar outros nesta reta final da governação.

País -
Rádio Somos Todos Primos

O Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) arrancou a campanha eleitoral no distrito de Lobata exibindo dezenas de projetos executados pelo Governo e apelando a mais quatro anos na governação do país.

O partido do primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, dedicou o primeiro dia de campanha para as legislativas, autárquicas e regional de dia 25 em passeata (caminhada com apoiantes) e pequenos comícios em várias comunidades do distrito de Lobata, no norte da ilha de São Tomé, marcados por pequenas intervenções do líder do partido e candidato à reeleição.

“Hoje nós estamos a arrancar o primeiro dia da campanha e nós estamos aqui. São Tomé e Príncipe é nossa terra, São Tomé e Príncipe é nossa vida, São Tomé e Príncipe é nossa paixão e, faça chuva ou faça sol, nós estamos aqui. Na doença ou na saúde, nós estamos aqui. Na tristeza ou na alegria, nós estamos aqui. Nós somos daqui, nós somos daqui e temos que lutar por aqui. Nós temos que lutar por São Tomé e Príncipe”, começou por salientar Jorge Bom Jesus no último mini-comício do dia, já na cidade de Guadalupe, capital do distrito de Lobata.

Em cima de um camião de caixa aberta, que serviu de palco móvel nas comunidades por onde passou a caravana do MSLTP/PSD, vários cantores subiram ao palco com músicas e letras de críticas ao antigo primeiro-ministro (2014-2018) e candidato da Ação Democrática Independente (ADI, oposição), Patrice Trovoada, ausente do país desde 2018, após as legislativas, que venceu mas não conseguiu formar governo perante a coligação da chamava ‘nova maioria’.

Jorge Bom Jesus apontou a pandemia de covid-19 como obstáculo ao melhor desempenho do Governo durante os dois primeiros anos de governação, mas garantiu que a crise está a acabar.

“Por isso é que nós, todos juntos lutamos contra o coronavírus, contra a dengue e contra o paludismo e salvamos vidas dos são-tomenses. Mas hoje nós estamos na saída da crise”, disse o presidente do MLSTP/PSD.

Segundo Jorge Bom Jesus, apesar da pandemia e das crises, o Governo liderado pelo MLSTP, em coligação com o PCD/MDFM/UDD, conseguiu executar vários projetos e lançar outros nesta reta final da governação.

Construção de estradas em várias localidades, inauguração da fábrica de chocolate em Lobata, atribuição de apoio a 16 mil famílias vulneráveis, extensão de energia elétrica ao sul do país, diminuição do custo do passaporte fizeram parte das ações sublinhadas por Jorge Bom Jesus.

“Assinámos acordo com Portugal para visto, para os são-tomenses jovens poderem viajar”, disse Bom Jesus, suscitando fortes aplausos de centenas de populares que vestiam camisolas e chapéus de cor amarela e branca e levantavam bandeiras com o símbolo do MLSTP/PSD.

 “Aumentámos o salário mínimo de 1.100 para 2.500 dobras [44,6 para 101,35 euros], aumentámos a pensão mínima dos idosos para 800 dobras”, enumerou Jorge Bom Jesus, repetindo a frase “’tá a falar, ’tá a fazer!’” a cada vez que se referia aos projetos realizados pelo Governo.

O candidato do MLSTP/PSD destacou ainda que o Governo liderado pelo seu partido atribuiu “muitas bolsas profissionais” aos jovens e assinou “acordo de visto com Angola, Cabo Verde, Moçambique”, sublinhando que atualmente o “são-tomense pode viajar à vontade”.

Por outro lado, Bom Jesus disse que “este Governo está a subvencionar o combustível para o preço não aumentar” além das 35 dobras (1,42 euros) fixadas atualmente para a gasolina.

“Se o Governo não subvencionasse o preço estaria a mais de 2 euros, mais de 50 dobras”, exemplificou.

“O Governo juntamente com a Assembleia Nacional acabou de incluir as mulheres na política: 40% de mulher tem que estar na lista para ser eleita, ”tá a falar, ’tá a fazer’); este Governo, juntamente com o MLSTP, nós permitimos que nestas eleições legislativas, a diáspora pela primeira vez vai votar, graças a este governo e ao MLSTP e a maioria ”tá a falar, ’tá a fazer’”, sublinhou Jorge Bom Jesus na cidade de Guadalupe.

Alguns projetos em relação aos quais o Governo assinou acordos, mas que ainda não foram iniciados, também fizeram parte da lista do candidato a um segundo mandato à frente do executivo.

“Estamos a criar empregos, neste caso com o projeto do porto de águas profundas, a modernização do porto de baía de Ana Chaves e do Príncipe”, indicou, referindo projetos que já fizeram parte de programas de campanha de vários governos.

O MLSTP/PSD escolheu como slogan de campanha a palavra “Kêlê”, em criolo forro de São Tomé, que em português significa ‘acreditar’.

“Acreditem, todos juntos vamos conseguir”, apelou Bom Jesus, referindo ainda que “Deus está a guardar uma boa notícia” para os são-tomenses.

“Houve perfuração do bloco número 6 de petróleo, ‘bloco jaca’. Vão-nos dar boa nova, vão-nos dar boa nova de certeza. Vamos acreditar. Vamos ter que continuar a fazer história”, disse o presidente do MLSTP/PSD.

No total, dez partidos e uma coligação iniciam hoje a campanha para as eleições legislativas de São Tomé e Príncipe: Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe / Partido Social Democrata (MLSTP/PSD); Ação Democrática Independente (ADI); Basta; Movimento Democrático Força da Mudança/União Liberal (MDFM/UL); União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD); CID-STP, Movimento Unido para o Desenvolvimento Amplo (Muda); Partido Novo; Movimento Social Democrata/Partido Verde de São Tomé e Príncipe (MSD-PVSTP); Partido de Todos os Santomenses (PTOS) e a coligação Movimento de Cidadãos Independentes/Partido Socialista/Partido da Unidade Nacional.

Em disputa está a eleição de 55 deputados à Assembleia Nacional de São Tomé e Príncipe, incluindo dois que pela primeira vez serão eleitos pelos círculos eleitorais da Europa e de África.

A ADI foi o partido mais votado nas eleições de 2018, elegendo 25 deputados, seguida pelo MLSTP/PSD, que conseguiu 23 assentos.

A coligação então formada pelo Partido da Convergência Democrática (PCD, segundo maior partido da oposição), pela UDD e pelo MDFM, foi a terceira formação mais votada, obtendo cinco mandatos. O Movimento de Cidadãos Independentes de São Tomé e Príncipe/Partido Socialista (MCI/PS) ocuparam dois lugares no parlamento.

MLSTP e a coligação PCD-UDD-MDFM formaram a chamada ‘nova maioria’ e constituíram governo, liderado por Jorge Bom Jesus.

No dia 25, também o governo regional do Príncipe vai a votos, concorrendo dois a União para a Mudança e Progresso do Príncipe (UMPP), liderado pelo atual presidente, Filipe Nascimento, e a coligação Movimento Verde para o Desenvolvimento do Príncipe (MVDP) e MLSTP/PSD, encabeçada por Nestor Umbelina.

Os 123.302 eleitores são-tomenses são ainda chamados a escolher os presidentes das autarquias.

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