O primeiro-ministro Jorge Bom Jesus apelou a população e os partidos políticos a manterem-se calmos até a divulgação oficial dos resultados das eleições de domingo e avisou que os meios de segurança e ordem interna serão ativados para evitar a instalação do caos no país.
O chefe do executivo disse alertou ainda que “o Governo não fugirá às suas responsabilidades e que a Autoridade do Estado não será colocada em causa”.
“Os meios de segurança e ordem interna serão activados para evitar qualquer tentativa de instalação do caos no País e também, para garantir a paz social, a coesão nacional e a proteção das pessoas, bens e instituições públicas”, afirmou Jorge Bom Jesus.
Esta é a primeira declaração de Jorge Bom Jesus à Nação após as eleições legislativas, autárquicas e regional, em que concorreu como cabeça de lista do MLSTP/PSD, que, segundo os dados provisórios da Comissão Eleitoral Nacional (CEN), ficou em segundo lugar atrás da Ação Democrática Independente (ADI).
“Exorto a população em geral, os amantes da paz e os Partidos políticos em particular, para se manterem calmos e serenos, aguardando a divulgação dos resultados oficiais, pelas autoridades competentes e instituições de direito, nomeadamente, a Comissão Eleitoral Nacional e os Tribunais”, apelou o primeiro-ministro.
Bom Jesus sublinhou que “os apuramentos distritais estão em curso e segundo a CEN, foram detetadas algumas irregularidades”, nomeadamente “urnas violadas, nalguns casos, ausência das actas, noutros casos, discrepâncias entre número de votantes na mesma mesa da assembleia de voto, entre autarquias e legislativa, dentre outros”.
“Por tudo isso, a prudência aconselha-nos que estes dados sejam verificados e clarificados em instância própria”, precisou Jorge Bom Jesus, uma hora depois do seu partido MLSTP/PSD cancelar uma conferência de imprensa que tinha sido agendada na terça-feira.
Na terça-feira à tarde, o ADI divulgou, na sua página oficial nas redes sociais, cópias dos dados oficiais da CEN, que atribuem 29 deputados ao partido, 18 ao MLSTP, seis ao Movimento de Cidadãos Independentes (conhecido como ‘movimento de Caué’) e dois ao Basta, num total de 55 lugares no parlamento.
“Relembramos que num Estado de Direito, ninguém está acima da lei e nenhum cidadão ou partido político deve pretender substituir as instituições do Estado. De igual modo, apelo aos dirigentes ou militantes dos Partidos políticos, com responsabilidades acrescidas, para se absterem de discursos incendiários, declarações levianas e especulativas ou expressões intimidatórias e ameaçadoras”, afirmou o primeiro-ministro.
Por outro lado, Bom Jesus felicitou “o povo de São Tomé e Príncipe pela forma ordeira e pacífica como decorreram estas eleições […] cumprindo a tradição Democrática, reinante há mais de 30 anos, de Democracia plural, com escrutínio universal, directo e secreto”.
“Aproveito a ocasião para testemunhar consideração e gratidão a comunidade internacional, pelo apoio na realização das eleições de 2022, bem como a presença massiva dos seus observadores em S.T.P. São Tomé e Príncipe tem sido uma referência de Democracia, ao longo de décadas, através de eleições livres, transparentes e de alternância democrática. Prometemos tudo fazer para que o povo soberano seja quem mais ordene e que a nossa jovem Democracia saia mais fortalecida”, disse Jorge Bom Jesus em declarações no palácio do Governo, sem direito a perguntas.
