O solo no lote de Saudade foi fruto de um passado de exploração hortícola insustentável, com o uso desproporcional de pesticidas, considerando que esta seria uma das causas para a perda drástica da sua vida. Assim, decidiu-se usar o Sistema Agroflorestal, que é um modo de produção inspirado na dinâmica dos ecossistemas naturais, nos quais espécies arbóreas são cultivadas juntamente e em harmonia com outras frutíferas e agrícolas.
Segundo Francesca Orlandi, consultora agroflorestal, “o objetivo desta iniciativa era a implementação de um SAF biodiverso que se baseia em princípios como a sucessão biológica, o ciclo de vida das plantas, a biodiversidade das espécies plantadas, a intensidade do plantio, a biomassa (cobertura do solo) e a ocupação espacial das espécies identificadas.
Trazer uma abordagem de reconciliação, desenvolvendo um diálogo entre a preservação ambiental, a conservação e a produção. “
Esta atividade, em parceria com o projeto Tesouros D’Obo, durou dois dias e contou com um árduo trabalho de equipa que juntou elementos da comunidade, técnicos do Ministério da Agricultura Pescas e Desenvolvimento Rural, Departamento das Florestas e da Associação Monte Pico.
Transformar os solos degradados em áreas preservadas e produtivas, produzir alimentos agroecológicos e gerar fontes de rendimento a várias famílias em 24 comunidades. Estes são alguns dos objetivos a que nos propusemos no âmbito do projeto Paisagem.
O projeto é implementado em consórcio pela Oikos, BirdLife e Zatona Adil, com financiamento da União Europeia e da Cooperação Portuguesa.
A Oikos está presente em São Tomé e Príncipe desde 2015 com delegação própria e debruçada no trabalho de conservação da biodiversidade, política ambiental e fortalecimento das instituições locais.