ONU declara “tolerância zero” contra exploração, assédio e abuso sexual em São Tomé e Príncipe

“É muito importante que um dia durante o ano estarmos todos juntos para realçar a importância dos valores das Nações Unidas”, precisou o coordenador da ONU, Eric Overvest.

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Rádio Somos Todos Primos

O Sistema das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe dedicou o segundo dia da semana dos 77 anos da ONU à uma reflexão com os funcionários da organização e a sociedade civil, declarando “tolerância zero” a exploração, assédio e abuso sexual em São Tomé e Príncipe.

“É importante falar sobre isto porque as normas, os valores das Nações Unidas são para prevenir a exploração e abuso sexual das colegas. Também para com todas as organizações com as quais trabalhamos queremos promover esse código de conduta das Nações Unidas para a tolerância zero”, afirmou o coordenador residente das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, Eric Overvest.

A ONU proporcionou hoje um pequeno-almoço de confraternização na Casa das Artes, Cultura, Ambiente e Utopia (CACAU) aos funcionários da organização reunindo também organizações da sociedade civil, sobretudo a SOS Mulher que trabalha na sensibilização e combate ao abuso sexual em São Tomé e Príncipe.

“É muito importante que um dia durante o ano estarmos todos juntos para realçar a importância dos valores das Nações Unidas”, precisou Eric Overvest.

No arranque da semana dos 77 da ONU assinalados na segunda-feira, 24 de outubro, o coordenador residente da ONU destacou as ações desta organização no sentido de garantir maior acessibilidade para as pessoas com deficiência e a sua inserção no mercado laboral em São Tomé e Príncipe.

A cerca de sete meses na coordenação das Nações Unidas em São Tomé e Príncipe, Eric Overvest destacou hoje “que fazer parte da família da ONU é a melhor oportunidade que se terá na vida de concretizar um mundo melhor, mas sem nunca esquecer de que os verdadeiros desafios e recompensas de servir as Nações Unidas estão no terreno, onde as pessoas estão em situação de pobreza, onde precisam das Nações Unidas”.

Durante a manhã, a SOS Mulher fez a apresentação das suas estatísticas sobre casos de abuso e violação sexual no país, tendo sublinhado situações em que crianças de dois anos, bem como idosas de 74 anos foram vítimas de pessoas próximas incluindo, pais, padrastos e outros abusadores desconhecidos.

“De 2020 a 2022 a SOS Mulher acompanhou 97 casos de violência sexual” […] há um aumento acentuado de violação”, indicou a porta-voz da SOS Mulher, Jessica Neves.

Apesar de várias declarações de “tolerância zero” por parte dos sucessivos governos, o abuso sexual continua a crescer em São Tomé e Príncipe. A SOS Mulher está no terreno e agora conta com o apoio da ONU através da UNICEF para a sensibilização dos jovens e adolescentes no combate ao flagelo que tem deixado várias vítimas no país.

“Agora começamos um projeto com a UNICEF em que uma das componentes é justamente a sensibilização nas escolas […] estamos a trabalhar com uma escola secundária de cada distrito. O objetivo é criar grupos de estudantes nas escolas que vão ser agentes de mudança. Vamos ter várias sessões com várias temáticas envolvendo valores, comportamento, o problema de violência sexual e de lá deixar grupo formados que depois vão desenvolver outras atividades”, explicou Jessica Neves.

As atividades comemorativas dos 77 anos da ONU em São Tomé e Príncipe decorrem até o próximo sábado.

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