Cerca de 30 filmes e documentários de realizadores são-tomenses e internacionais serão apresentados durante a quinta edição do São Tomé Festfilm, que decorre no país entre quarta-feira e sábado, destacando-se obras sobre alterações climáticas direcionadas às crianças.
A edição deste ano do festival de cinema dá destaque a filmes “que passam mensagem sobre esta questão que está agora em destaque em todo o mundo, os problemas climáticos, que não só em São Tomé, mas todo o globo em si está a sofrer”, explicou o diretor do São Tomé Festfilm, Hamilton Trindade.
Para concretizar este objetivo, a organização conta com a parceria do festival português CineEco, da Serra da Estrela, que disponibilizou “um conjunto de filmes de animação para os mais novos”.
O Festival de Cinema Internacional de São Tomé e Príncipe (São Tomé Festfilm) foi criado e promovido pela Associação São-Tomense de Entretenimento e Comunicação Multimédia – Cultural e Artístico (ASSECOM), fundada por um grupo de estudantes são-tomenses e portugueses em 2014.
O festival surge com o objetivo de desenvolver e dinamizar projetos nas áreas do cinema, televisão, vídeo e multimédia, através de oferta de atividades educativas como a realização de ‘workshops’ e conferências com o objetivo de colocar São Tomé e Príncipe na rota do cinema internacional, e ser um ponto de encontro para quem gosta de cinema.
Durante a apresentação da quinta edição do evento, o diretor do São Tomé Festfilm sublinhou a preocupação da organização de “tentar inovar, de fazer algo diferente para que as edições não sejam todas umas iguais às outras”.
O responsável assinalou que esta edição superou umas das dificuldades de edições anteriores, ao conseguir inserir mais “filmes do continente africano” para além dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa [PALOP].
“Nós criámos uma competição nova que se chama ‘competição filmes africanos’, a que concorrem todos os países, independentemente da língua que falam e assim nós recebemos muitos filmes do continente. Neste ano vai estar bem representado, além de São Tomé, do continente africano, o Quénia, que era um país que nós nem sequer estávamos na expectativa de receber os filmes”, referiu Hamilton Trindade.
Outra conquista desta edição é a participação de filmes feitos em São Tomé “por realizadores emergentes, realizadores jovens que têm interesse pelo cinema”, destacou Trindade, referindo-se a pelo menos quatro curtas-metragens de jovens são-tomenses produzidas no âmbito do projeto São Tomé FilmLab, financiado pelo projeto Procultura da União Europeia.
“Desde já quero convidar o público em geral para, na sexta-feira, poderem estar aqui no Centro Cultural Português para poderem ver esses filmes e também quem sabe estes filmes poderão inspirar outros jovens para poderem também ser criativos na área do audiovisual”, apelou o diretor do São Tomé Festfilm.
O festival está distribuído em dez sessões, em que serão apresentadas curtas-metragens, longas-metragens, filmes de animação e documentários que competem em três categorias: competição nacional, de filmes africanos e internacional.
“Desde o primeiro momento que apoiamos este Festival Internacional de Cinema – o primeiro e o único aqui em São Tomé – porque acreditamos não só nos méritos da iniciativa, mas no valor do cinema enquanto forma de entretenimento e de arte e de importante instrumento de reflexão social”, afirmou a diretora do Centro Cultural Português, Paula Pereira.
A responsável disse que o Centro Cultural Português valoriza “esta iniciativa de trazer o cinema internacional para São Tomé e de promover o cinema de e em São Tomé”, sublinhando que “os objetivos do São Tomé Festfilm estão muito alinhados com aquilo que é também o mandato do centro cultural”, que consiste na “promoção da língua e da cultura lusófona”.
Leila Quaresma, diretora do Centro Cultural Brasileiro em São Tomé, que também vai acolher sessões de São Tomé Festfilm, acrescentou que “sempre é uma satisfação de estar trabalhando numa programação tão variada, tão diversificada que se consegue ter tanto o público infantil quanto o público adulto”.