Os serviços dos registos e notariados são-tomenses foram suspensos temporariamente devido a “cortes constantes de luz elétrica” que causou “paralisação da infraestrutura tecnológica” que alimenta os sistemas de emissão de documentos, anunciou, na quarta-feira, a direção da instituição.
“Tendo em conta a gravidade da situação, somos obrigados a suspender temporariamente o atendimento até que a situação se restabeleça, pelo que lamentamos os transtornos que esta situação venha a causar”, lê-se no comunicado assinado pela diretora da instituição, Ilma Salvaterra.
Alguns funcionários e utentes ouvidos pela RSTP contaram que desde a semana passada que tem havido falhas no funcionamento dos registos e notariados por interrupção constantes do sistema informático da instituição.
“Por causa de cortes constantes de luz elétrica, os equipamentos que suportam os sistemas de emissão de documentos “deu um berro”, mas os informáticos estão, desde segunda-feira, a tentar ver se conseguem resolver o mais breve possível”, disse à RSTP a diretora dos registos e notariados.
No entanto, Ilma Salvaterra afirmou que alguns serviços continuam a ser feitos, nomeadamente “o registo de nascimento, de óbito”, bem como a “entrega de documentos já elaborados”.
“No centro do registo criminal, por ser um setor que está quase 100% informatizado, não podemos fazer a emissão, mas estamos a entregar os bilhetes de identidade e registos criminal já feitos”, acrescentou Ilma Salvaterra.
“Isto é consequência da danificação da instalação sede da direção geral que tem um gerador com capacidade para suportar o funcionamento normal da direção dos registos e notariados […] se pelo menos nós conseguíssemos voltar para a nossa base ou um outro [local] com as condições ideias, ajustadas as especificidades dos serviços afetos a direção-geral dos registos e notariados resolveríamos uma boa parte do problema”, afirmou Salvaterra.
Os serviços dos registos e notariados encontram-se dispersos em várias partes da capital são-tomense, desde janeiro, após infiltrações das chuvas que danificaram equipamentos informáticos e arquivos do setor, quando decorriam obras no piso superior pertencentes ao Tribunal.
Ilma Salvaterra disse que a instituição tem geradores elétricos que poderiam minimizar as falhas de luz elétrica, mas a dispersão dos serviços não permitem a sua instalação.
“Se colocarmos o gerador aqui, se o servidor estiver aqui, mas se noutro local não tiver energia, é a mesma coisa que nada. Teríamos que arranjar geradores para todas as instalações da direção dos registos e notariados, o que neste momento, financeiramente, é quase que incomportável”, explicou a responsável.
“Eu tenho um negócio de compra e venda, estamos a precisar dessa autenticação para fazermos este negócio. Isto está a causar-nos muito transtorno […] estamos sempre a ir e a vir”, relatou à RSTP, o utente, Joel Pereira.
Irina Sousa, mostrou “tristeza” perante a situação, por não conseguir autenticar a tradução da certidão de habilitação da sua filha que viaja domingo para ir estudar em Marrocos.
“Eles não têm como fazer devido sistema […] Marrocos é um país que nós não temos como enviar documentos e eu estou um bocado triste porque ela vai ter que ir no domingo sem documento […] eu não tenho outra alternativa, não tenho como resolver”, lamentou, Irina Sousa.