O projeto de Zona Franca de Malanza, em São Tomé, deve iniciar-se em janeiro de 2023, após a aprovação, na terça-feira, pelas autoridades são-tomenses do ‘master plan’ do projeto de investimento estrangeiro, estimado em 1,315 mil milhões de euros e criação de cerca de 5 mil postos de emprego.
“Finalmente chegamos a uma parte bastante crucial que é a aprovação do ‘master plan’ do projeto – é uma atribuição da APCI -, para a partir daí começar o processo de cumprimento do que está estabelecido no cronograma”, anunciou, na terça-feira, o diretor da APCI – Agência de Promoção do Comércio e Investimento, Arzemiro dos Prazeres.
O contrato de concessão de 90 anos foi assinado entre o Governo são-tomense e um investidor estrangeiro em março do ano passado, envolvendo uma área de 206 hectares distribuídos entre as comunidades de Monte Mário e Ribeira Peixe, no sul da ilha de São Tomé.
“Estávamos um pouco inquietos porque não víamos a materialização efetiva no progresso do projeto […] A empresa terá agora 60 dias para efetivamente começar a trabalhar no terreno”, disse Arzemiro dos Prazeres.
O diretor da APCI sublinhou que “é um projeto extremamente ambicioso”, sendo que a apresentação e aprovação do ‘master plan’ significa que o concessionário e investidor está “interessado a levar o projeto para frente” e que dentro de “60 dias começam os trabalhos na zona” de construção, nomeadamente a limpeza e vedação do terreno.
“Depois os projetos específicos de cada subprojeto a ser instalado na zona franca serão aprovados pelos serviços competentes do Estado”, acrescentou o responsável da APCI.
O projeto prevê a construção de três centros comerciais, quatro hotéis, uma escola de música, teatros, infraestruturas desportivas, hospital, centro de formação especializado, uma pequena pista de aterragem para aviões de pequeno porte, espaços de lazer e outras infraestruturas.
“É um projeto estimado em 1,3 mil milhões de dólares [1,315 mil milhões de euros], é muito dinheiro, e com um tempo de construção muito curto. A primeira fase vai durar dois anos e a segunda fase mais três anos, portanto em 2027 a zona franca tem que estar pronta para poder receber as pessoas”, explicou Arzemiro dos Prazeres.
“Nós queremos começar de imediato, nós estamos preparados para começar já no terreno [..] O projeto apesar de ser muito complexo é viável e nossa equipa está preparada e tem capacidade para cumprir com o projeto”, assegurou a diretora de engenharia da Malanza Development, Ana Sofia Gomes, que representou o investidor no ato de aprovação do ‘master plan’.
No ‘master plan‘ lê-se que “o projeto visa a criação de um novo centro urbano para 25.000 habitantes, incluindo, construção de unidades hoteleira, residências habitacionais, centros comerciais,
universidade, marina, complexo habitacional para o staff, bem como diversas
infraestruturas (abastecimento de água e produção de energia, centrais de tratamento
de resíduos sólidos, entre outros)”.
“A grande atração da ZFM é esta ser uma zona livre e gerida como uma empresa
privada, evitando a elevada burocracia que muitas vezes ocorre na relação com as
agências governamentais em África”, destacam os investidores.