Oposição promove manifestação de “repúdio” ao “massacre e tortura” de quatro civis no quartel

“O MLSTP precisa que a verdade seja arrancada a que preço for. Este povo tem que saber a verdade porque isto nunca mais pode acontecer em São Tomé e Príncipe e assacarmos as responsabilidades”, comentou o presidente do MLTP/PSD, Jorge Bom Jesus

País -
Rádio Somos Todos Primos

 A oposição são-tomense realiza na terça-feira uma manifestação para demonstrar “repúdio e descontentamento” pelos acontecimentos de 25 de novembro, no quartel do exército, que resultaram na morte de quatro civis que estavam sob custódia dos militares.

Num comunicado enviado à RSTP sete partidos da oposição liderados pelo Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe/Partido Social Democrata (MLSTP/PSD, 18 deputados) e o movimento Basta (dois eleitos) classificam o acontecimento de 25 de novembro como “massacre e tortura” em que “foram dizimadas quatro vidas, sem dó, nem piedade”.

“O MLSTP precisa que a verdade seja arrancada a que preço for. Este povo tem que saber a verdade porque isto nunca mais pode acontecer em São Tomé e Príncipe e assacarmos as responsabilidades”, comentou o presidente do MLTP/PSD, no final de uma reunião do conselho nacional realizado no domingo.

Participarão ainda na organização do protesto alguns partidos sem assento parlamentar, nomeadamente, o Partido de Convergência Democrática (PCD), o Movimento Democrático Força da Mudança (MDFM), a Frente Democrática Cristã (FDC), os Cidadãos Independentes para o Desenvolvimento de São Tomé e Príncipe (CID-STP) e a União para a Democracia e Desenvolvimento (UDD).

“Achamos que é um mero assalto, eventualmente, ao quartel das Forças Armadas, e que não devia terminar da forma como terminou em massacre, em tortura. Estamos num Estado de Direito Democrático, as pessoas têm direito a advogado, à defesa, a vida é um bem precioso, é o bem supremo e entre os são-tomenses somos todos irmãos e parentes”, disse Jorge Bom Jesus.

“Não podemos tolerar esse intolerável que aconteceu como se se estivesse em 1953”, sublinhou.

O líder do MLSTP/PSD voltou a exigir a responsabilização de dirigentes políticos e militares como consequência das quatro mortes registadas em 25 de novembro.

“Até ao momento nós não vimos nenhuma demissão de nenhum responsável da cadeia de mando ao nível das autoridades, seja ao nível da cadeia de mando ao nível das autoridades, seja ao nível das Forças Armadas seja ao político. As consequências políticas têm que ser assumidas”, defendeu Jorge Bom Jesus.

Segundo os partidos da oposição as autoridades são-tomenses foram informadas da manifestação “dentro do prazo fixado por lei” e também foi solicitado a mobilização de “efetivos da Polícia Nacional para acompanhar o ato, assegurando o seu caráter de manifestação pública e pacífica, como forma de garantir a segurança e a integridade física dos participantes”.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) são-tomense anunciou na quarta-feira que um total de 17 pessoas foram detidas, das quais nove ficaram em prisão preventiva, no âmbito das investigações sobre o assalto ao quartel militar das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe.

Uma nota, emitida pelo gabinete do procurador-geral da República, Kelve Nobre de Carvalho refere que até ao momento, “foram realizadas uma média de 35 interrogatórios e inquirições, quatro autópsias, nove exames médicos”, além de perícias como “seis buscas e apreensão e cinco inspeções aos locais, entre outras perícias forenses e digitais”.

Últimas

Topo