O Presidente da República considerou hoje que as Forçar Armadas devem “constituir-se como pilar estruturante do Estado, devendo ser consolidadas e modernizadas”, e defendeu maior aposta na Guarda Costeira para fazer face às ameaças da pirataria marítima e outros crimes que assolam a Zona Económica Exclusiva do arquipélago situado no Golfo da Guiné.
“Os desafios que nos são impostos, dada a nossa condição descontinuada de ilhas com uma extensa zona marítima, exige maior atenção na Guarda Costeira, pois a multiplicidade de ameaças, riscos e de oportunidades que o mar apresenta, confronta-nos com a necessidade de sermos criativos na busca de soluções partilhadas, quer aos níveis sub-regional, regional e internacional”, disse Carlos Vila Nova, no seu discurso no ato central dos 48 anos da institucionalização das Forças Armadas de São Tomé e Príncipe (FASTP), que hoje se assinala.
“Neste âmbito deve ser prestada atenção aos desafios que hoje se colocam à defesa na nossa zona económica exclusiva, tais como a pirataria marítima, o terrorismo, a pesca ilegal e não declarada, o tráfico de drogas, tráfico de armas e de seres humanos, a poluição e outras formas de ilícitos”, acrescentou o chefe de Estado são-tomense.
São Tomé e Príncipe tem uma Zona Económica Exclusiva (ZEE) considerada 160 vezes maior que o território terrestre de 1.001 quilómetros quadrados.
Nos últimos tempos, a fiscalização das águas são-tomenses tem sido realizada com apoio de navios portugueses, operados por guarnições conjuntas de militares da marinha de Portugal e de São Tomé e Príncipe.
Carlos Vila Nova considerou que a transformação das FASTP “é um imperativo”, e que o processo de reforma estrutural deve prosseguir, quer em termos organizativos, de logística, e na “capacitação de quadros garantindo a eficiência e a eficácia, perspetivando o êxito das missões atribuídas”.
Na cerimónia restrita apenas aos membros dos órgãos de soberania, representantes do corpo diplomático e alguns convidados, sem o tradicional juramente de bandeiras, o Presidente são-tomense referiu que os desafios e as dificuldades das FASTP ultrapassam as reais disponibilidades do país, “o que implica o entendimento e a convergência de esforços com a tutela na procura de soluções”.
Para o chefe de Estado, as Forças Armadas são uma instituição nacional que deve “constituir-se como pilar estruturante do Estado, devendo ser consolidadas e modernizadas”.
O Chefe de Estado Maior das Forças Armadas são-tomense afirmou, por seu turno, que as FASTP “estão imbuídas de uma profunda dedicação à pátria e espírito de servir com profissionalismo, competência, total disponibilidade e pelo sentido de responsabilidade”.
João Pedro Cravid acrescentou que a instituição está apostada na formação e treino do seu efetivo para “enfrentar com mestria os problemas de hoje e os desafios do amanhã”, que considerou de “muito imprevisível”.
“Temos trabalhado no sentido de valorizar, motivar, incentivar o mérito e a disciplina, não tolerando outra postura dos militares que não seja a do respeito pela hierarquia, pela obediência alicerçada em valores […] e sempre em obediência às leis do país no cumprimento das nossas missões claramente previstas e demonstrando sempre serenidade e lealdade necessárias aos órgãos de soberania competentes”, disse João Pedro Cravid.