O ex-primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus anunciou hoje que não vai recandidatar-se à liderança do MLSTP/PSD, o partido maior oposição na oposição são-tomense, para permitir nova dinâmica ao partido até as eleições de 2026.
A decisão é anunciada após o Conselho Nacional do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP/PSD) ter agendado na semana passada o congresso extraordinário eletivo para o dia 30 de março de 2024 para a eleição de uma nova direção e aprovação de alterações aos estatutos do partido.
“Eu não serei candidato à minha própria sucessão. Não serei candidato nesse congresso […] o MLSTP é um espaço de muita virtualidade e de muitas oportunidades, é um partido do arco do poder que queremos fortalecer cada vez mais e há lugar para todos”, anunciou Jorge Bom Jesus em conferência de imprensa.
O ex-primeiro-ministro são-tomense (2018-2022) saudou a marcação do congresso eletivo “no sentido de criar uma nova dinâmica dentro do partido, mais coesão e união” para enfrentar o atual poder liderado pela Ação Democrática Independente e preparar-se “para os próximos desafios, sobretudo às eleições gerais de 2026”.
Questionado sobre se a sua retirada seria uma estratégia a pensar nas próximas eleições presidenciais, Bom Jesus respondeu que “o futuro a Deus pertence” e que está “ao serviço de São Tomé e Príncipe através do MLSTP/PSD”.
Jorge Bom Jesus preside o MLSTP/PSD desde 2018, ano em que assumiu a liderança do Governo numa aliança entre o MLSTP/PSD, Partido de Convergência Democrática (PCD) e a União MDFM-UDD contra a ADI que venceu aquelas eleições sem maioria absoluta.
O presidente do MLSTP/PSD admitiu algum desgaste após os seis anos na liderança do MLSTP/PSD.
Em março do ano passado, já depois da derrota presidencial do candidato apoiado pelo MLSTP/PSD nas eleições de setembro de 2021, Jorge Bom Jesus foi reeleito presidente do partido com 51% dos votos, assumindo-se como candidato para a continuar como primeiro-ministro.
No entanto, nas eleições do ano passado, o MLSTP/PSD perdeu todas as cinco câmaras distritais, e as eleições legislativas, baixando de 23 para os atuais 18 deputados na Assembleia Nacional.