Primeiro-ministro admite que o país está mal, mas promete melhoras a partir de 2024

O primeiro-ministro disse que o custo elevado de vida “tem sido uma preocupação constante” e objeto de toda a atenção do Governo, estando a ser “tratada sob vários ângulos” e prevendo-se “para breve melhorias tangíveis.”

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Rádio Somos Todos Primos

O primeiro-ministro são-tomense admitiu hoje que o “país está mal” e que o primeiro ano de Governo não foi fácil, mas prometeu que “2024 será inquestionavelmente melhor” com arranque de obras e recuperação do poder de compra.

“Temos plena consciência que o nosso país está mal. Mas temos igual consciência que ao longo deste primeiro ano fomos capazes de estancar a degradação e colocar o país na via da recuperação”, afirmou Patrice Trovoada, numa mensagem publicada no Facebook, em balanço do primeiro ano do seu Governo.

O primeiro-ministro insistiu que herdou do anterior Governo um país com “contratos lesivos ao Estado” e sobretudo, “uma administração desorganizada, desmotivada, corrupta e sem mando”, com funcionários “conhecendo situações aberrantes de injustiça e não raros casos de favoritismo, prevaricação e nepotismo”.

Um ano depois de assumir o poder, com uma maioria absoluta de 30 dos 55 deputados no parlamento, Patrice Trovoada sublinhou que “a recuperação para ser robusta e duradoura tem de se apoiar em alicerces sólidos, que passam pelas reformas no setor da justiça, da fiscalidade, do clima de negócios, do sistema financeiro e de pagamento, no sistema da proteção social e na mudança das mentalidades”.

O primeiro-ministro disse que o custo elevado de vida “tem sido uma preocupação constante” e objeto de toda a atenção do Governo, estando a ser “tratada sob vários ângulos” e prevendo-se “para breve melhorias tangíveis.”

“O ano de 2024 será inquestionavelmente melhor (…) verá finalmente arrancar as obras importantes, tais como a requalificação da marginal e as pontes do norte do país, a retoma das obras e projetos paralisados como o hospital de referência, financiado pelo fundo Koweit, e a conclusão de muitas outras obras que conheceram, pelas variadas razões, atrasos”, prometeu o primeiro-ministro.

Patrice Trovoada disse ainda que aguarda no próximo ano “contribuições importantes” de investidores com os quais já foram assinados contratos de investimento em domínios como as novas tecnologias, imobiliário, indústria de transformação da produção local, logística portuária, reparação naval e refinaria de petróleo.

Segundo o líder do Governo, em 2024 vão arrancar ainda as obras de “construção de uma nova aerogare, moderna e elevação dos padrões de segurança aérea do único aeroporto internacional do país”, numa parceria público-privada.

O chefe do Governo são-tomense disse estar consciente de “os últimos 12 meses não foram fáceis” e pediu “um apoio renovado e a confiança do povo” para “servir e melhor”.

“Fomos eleitos para um mandato de quatro anos. Não se trata de um percurso retilíneo. Mas, estamos numa caminhada em que sabemos para onde vamos, os obstáculos estão de longa data identificados e, sobretudo, estamos preparados para debelá-los”, disse Patrice Trovoada.

Na segunda-feira, o presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe – Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), líder da oposição, acusou o Governo de ter prometido ao povo “que havia solução para tudo, nalguns casos, até soluções milagrosas”, mas hoje o que se vê “é que a montanha pariu o rato”.

“Há muita dificuldade que graça no país, o povo está a sofrer, a juventude está desesperada. Há uma debandada, as pessoas procuram tudo para fugir daqui a qualquer preço, não importa o que vão encontrar lá fora é um tubo escape e isto não pode continuar assim”, disse o líder do MLSTP/PSD, Jorge Bom Jesus.

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