A prevalência do VIH/SIDA em São Tomé e Príncipe é de 0,5% da população e o Governo e a Organização Mundial da Saúde (OMS) admitiram hoje a eliminação da doença em 2030 com aposta no envolvimento comunitário.
No ato central por ocasião do dia mundial de luta contra a Sida assinalado hoje, a ministra dos Direitos da Mulher, Maria Milagre em representação do ministro da Saúde, sublinhou que “em São Tomé e Príncipe esta doença é caracterizada como uma epidemia baixa e concentrada”.
Segundo Maria Milagre a “prevalência situa em volta de 0,5% da população em geral”, mas regista-se “prevalência mais alta em alguns grupos de risco tais como a população dos encarcerados com uma prevalência de 4.6, homem que fazem sexo com homem com uma prevalência de 2.4% e as profissionais de sexo com uma prevalência de 3.3%, o que significa que a doença ainda existe”.
À estes dados, a representante da Organização Mundial da Saúde, Françoise Bigirimana acrescentou que o número de “pessoas sobre tratamento antirretroviral é de cerca de 984” e “as taxas de transmissão de mãe para filho alcançam 3,4%, que se aproxima das metas que permitem o país a caminhar para a eliminação do VIH”, transmitindo a possibilidades de “ter uma geração sem Sida”.
A ministra dos Direitos da Mulher sublinhou que no mundo e em São Tomé e Príncipe “muitos morreram porque não aceitaram nos serviços de saúde devido ao estigma e por causa da descriminação que as pessoas que vivem com o HIV sofrem”, tendo lamentado que “infelizmente a prática ainda persiste”.
“O mundo prometeu acabar com o HIV/SIDA em 2030. Nós em São Tomé e Príncipe abraçamos esta meta”, disse Maria Milagre sublinhando a aposta em várias ações em conjunto com os parceiros multilaterais, nomeadamente na aquisição de meios de prevenção, testagem e tratamento para toda a população.
A representante da OMS saudou os progressos que foram realizados na melhoria do acesso aos tratamentos e felicitou “o engajamento conjunto do Governo de São Tomé e Príncipe” e dos parceiros, como o fundo global, o sistema das Nações Unidas, das comunidades e associações que participam na “implementação de programas de despistagem” contribuindo para a eliminação da doença no arquipélago.
“Hoje em dia o estigma e a descriminação já está muita mais em baixo, quase já não existe”, disse à RSTP o presidente da Associação Apoio a Vhida, que congrega cerca de 800 pessoas que vivem com o VIH/Sida em São Tomé e Príncipe.
“Em termos de medicamentos, em termos de técnicos para nos seguir tudo é afabal (grátis)”, enalteceu Celso Fernandes, apelando aos portadores do vírus a aderirem ao tratamento que permitirá viver por muito mais tempo.