A Empresa de Água e Eletricidade (Emae) de São Tomé e Príncipe anunciou a regularização do fornecimento de energia à população com a duplicação da produção para 20 megawatts, após mais de dois meses de cortes constantes pelo qual a Emae irá reduzir em 25% o custo das faturas.
“Agora, com as manutenções feitas nas diferentes centrais e com a instalação da nova central com a cooperação turca, podemos melhorar aquilo que é a nossa potência e estamos em condições de oferecer a energia com melhor qualidade para a população são-tomense”, anunciou, na terça-feira, o diretor de eletricidade da Emae, Clério Boa Esperança.
Segundo o responsável, o nível de consumo de eletricidade em todo o país é de quase 19 megawatts, mas após a manutenção em várias centrais e a instalação de cinco novos geradores por uma empresa turca, que entrou na rede no sábado, com mais 10 megawatts, a capacidade de produção situa-se acima dos 20 megawatts.
Clério Boa Esperança referiu que a nova central, situada no centro da cidade, que passou a ser gerida por uma empresa turca, num acordo contestado pela oposição, “só pode dar o máximo de 10 megawatts”, mas “não pode ser explorado ao máximo”, sendo que os restantes proveem das várias centrais instaladas no país.
O diretor de eletricidade da Emae sublinhou que não basta melhorar a capacidade de produção para se ter a energia a todo o momento, mas é preciso “correlacionar os aspetos da rede, as pequenas falhas e a manutenção que deve fazer-se sempre”.
“Ainda continuamos a ter máquinas velhas, carecendo de manutenção, que é algo programado que deve ser feito atempadamente de forma a que possamos ter máquinas sempre disponíveis […] temos centrais que estão em atraso de manutenção, fizemos uma melhoria, mas temos que continuar a trabalhar nisso para que possamos ter energia 24 sobre 24 horas”, sublinhou Clério Boa Esperança.
No entanto, o responsável referiu que o cumprimento criterioso do plano de manutenção não depende exclusivamente da Emae, que tem um “problema grave” porque produz eletricidade, mas “não recolhe” a totalidade do valor faturado.
Boa Esperança disse que “há muitos clientes da Emae que não pagam as suas dívidas”, incluindo instituições do Estado, o que provoca “um círculo vicioso” que leva a empresa a não ter verbas suficientes para realizar a manutenção das suas máquinas.
O responsável admitiu que apesar dos cortes constantes, em muitos casos tem havido aumento do custo de faturação aos clientes, mas considera que é um processo normal devido ao sistema de funcionamento das máquinas e eletrodomésticos.
Ainda assim, sublinhou que “a Emae, tendo consciência disso”, decidiu que o valor das “próximas faturas serão reduzidos a 25% como prova do reconhecimento dessa situação”.
O responsável apelou à população a aderir ao processo de troca de lâmpadas convencionais por lâmpadas LED, para diminuir o consumo, bem como ao pagamento regular das faturas de eletricidade.
Nos últimos dois meses, a população de São Tomé viveu com cortes constantes de energia que começaram, sem informação prévia, mas depois justificada pela redução da produção energética devido à manutenção de geradores.
Os populares reclamaram vários prejuízos nos negócios e danificação de eletrodomésticos, bem como a insegurança face ao aumento da criminalidade.