Uma adolescente de 15 anos está grávida de oito meses do próprio pai que se encontra foragido após denúncia do caso à Polícia Judiciária, segundo a associação SOS Mulher que atua na luta contra o abuso sexual e violação de menores em São Tomé e Príncipe.
“É uma situação que está a decorrer [e] ela vai precisar de acompanhamento psicológico, porque é algo traumatizante, é uma menina que está grávida do seu próprio pai”, a porta-voz da organização, Edmara Trigueiros, durante o 12º episódio do PODCAST da SOS.
O caso está sob investigação da Polícia Judiciária que prometeu encontrar o homem que está foragido e apresentá-lo à Justiça.
Edmara Trigueiros relatou também a situação de uma jovem de 19 anos que está grávida de 5 meses e foi agredida pelo namorado que recusou assumir a criança. Segundo a psicóloga a jovem vive com o namorado há cerca de dois anos e tinha sido abandonada pela mãe quando começou namoro.
“Ele como não quer ter o bebé, agrediu ela, pisoteou a barriga e quase que teve um aborto. Fomos contactados para tentar acolher ela, mas não conseguimos fazer isso. Não temos um lar de acolhimento […] no momento ela está com a irmã que também disse que não pode ficar com ela por muito tempo”, revelou a psicóloga.
A diretora adjunta da Polícia Judiciária, D’jamila Bragança, que foi a convidada deste episódio do Podcast da SOS Mulher afirmou que os casos de violência ou abuso sexual de menores são os mais denunciados à PJ, mas apelou à pessoas a fazerem a denúncia com maior brevidade após a ocorrência do crime.
“Na investigação não se pode perder tempo, porque provas perdem-se com tempo”
A diretora adjunta da PJ revelou que no ano passado só a Polícia Judiciária registou mais de 90 denúncias de abuso sexual, tendo atingido o pico de 36 casos durante o mês de maio.
“Se não conseguirmos responsabilizar o autor […] ele vai continuar impune e vai continuar a cometer o crime”, alertou a representante da PJ, lamentando a impunidade que existe no país perante o crimes sexuais, apontando dificuldade existentes ainda na produção das provas contra os suspeitos.
“O exame médico é primordial […] é que o processo não anda sem o exame “, sublinhou, reclamando da demora na realização deste procedimento.