Os quatro sindicatos dos professores são-tomense prometeram “continuar a luta”, não descartando o recurso à greve, por continuar a falhar o acordo com o Governo sobre o caderno reivindicativo de 22 pontos, entre os quais o aumento salarial.
“Não houve uma concordância entre ambas partes. Havia alguns pontos [que] estávamos a discutir, então viu-se a necessidade de voltarmos numa data oportuna para voltar a falar sobre o caderno reivindicativo”, disse à RSTP o porta-voz dos sindicatos, Vitoriano Soares.
O docente falava no final de mais uma reunião, na sexta-feira, com a ministra da Educação, Isabel Abreu, que apresentou uma proposta que não convenceu os sindicalistas, os quais pediram a suspensão das negociações.
“Depois de nós batermos nas questões que brigam com a vida e com as questões salariais, aqui nós realmente fomos ver que não queríamos que a coisa fosse da maneira que nos trouxeram”, apontou o porta-voz dos sindicatos.
Vitoriano Soares, secretário-geral adjunto do Sindicado dos Professores e Educadores de São Tomé e Príncipe (Sinprestep), o maior sindicato dos professores do arquipélago, adiantou que, além das questões salariais, os docentes estão a exigir o pagamento de horas extras, subsídios de transportes, condições de trabalhos “e outros pontos que também brigam com a vida dos professores”.
“A questão do salário briga com a vida dos professores também, se o professor trabalha ele tem que ter dinheiro que dá para conseguir sobreviver com essa vida difícil que nós hoje ultrapassamos”, afirmou o porta-voz sindical.
O sindicalista disse que a proposta apresentada pelo Governo será levada à discussão junto das bases sindicais, para também participarem na formulação da contraposta que deverá ser apresentada ao Governo no próximo encontro, que deverá acontecer dentro de 15 dias.
“Não podemos tomar algumas decisões precipitadas sem primeiramente consultar as nossas bases […] a luta vai continuar”, disse Vitoriano Soares.
O sindicalista defendeu que “os homens têm que dialogar”, mas não descartou o recurso à greve.
“A última arma que o sindicato tem é a greve, mas se não houver negociações, se chegarmos ao extremo sem consenso realmente poderá haver uma greve”, advertiu.
Na reunião realizada no final do ano passado, os sindicatos assinalaram o acordo da ministra da Educação para o aumento do salário, mas sem avançar o montante.