O Presidente são-tomense apontou que as crises geopolíticas, guerras persistentes e crescentes tensões entre Nações têm abalado o mundo e apelou à união dos Estados para encontrar soluções colaborativas que desativem os conflitos antes de provocarem tragédias humanitárias.
Carlos Vila Nova falava, na quarta-feira, durante a cerimónia de apresentação de cumprimentos de Ano Novo pelos representantes das missões diplomáticas e organizações internacionais acreditadas junto do Estado são-tomense.
Além de apontar os “desafios multifacetados” que têm afetado São Tomé e Príncipe e o seu povo, o chefe de Estado são-tomense considerou que, após décadas de “relativa estabilidade”, a cena internacional “foi sacudida por eventos recentes que desafiaram esta premissa”, nomeadamente, “crises geopolíticas, guerras persistentes e crescentes tensões entre Nações”.
Carlos Vila Nova considerou que estas situações destacam “a necessidade premente de uma diplomacia eficaz mediada por instituições internacionais robustas” e sublinhou que “é essencial denunciar a violação sistemática do direito internacional e dos princípios basilares da carta das Nações Unidas”.
“A paz e a segurança internacionais dependem da nossa capacidade coletiva de enfrentar esses desafios e restaurar a ordem baseada em normas […] Não podemos concordar com o sistema em que Nações mais fortes abusem do poder da força, seja ela física ou económica, para subjugar nações menos fortes”, vincou Carlos Vila Nova.
O Presidente são-tomense apontou a “tendência de retrocesso” registada em 2023, face à “fragilidade dos regimes democráticos em alguns cantos do globo”, e defendeu “esforços coordenados para preservar as instituições democráticas, proteger os direitos humanos e promover a participação cívica”.
“Causa-nos inquietação a recorrência de mudanças inconstitucionais de governos em várias nações africanas. Essas transições abruptas minam, não apenas a estabilidade interna desses países, mas também impactam negativamente a cooperação regional e internacional”, disse Carlos Vila Nova.
O chefe de Estado são-tomense considerou que “a persistência da guerra da Rússia contra a Ucrânia” trouxe a “preocupante ressurreição da corrida armamentista”, que representa uma ameaça para a segurança global, e, no Médio Oriente, disse que “se parece instalar, pelo tempo que já leva, um outro conflito com repercussões próximas de catástrofes humanitárias”.
“Importa que as nações do mundo se unam para que, enquanto é tempo, se ponha termo ao sofrimento de milhares de civis e inocentes na faixa de Gaza”, apelou o Presidente são-tomense.
Por outro lado, referiu que “o impacto económico desses conflitos é sentido em todo o mundo”, sublinhando a “interconexão das economias globais e a necessidade urgente de uma resposta global coordenada para mitigar tais efeitos”.
“O aumento das tensões em várias regiões do mundo deve nos instigar a buscar soluções colaborativas visando a desativação de conflitos antes que culminem em tragédias humanitárias e desastres de alcance global […] Diante desses desafios complexos interligados é imperativo que as nações se unam em esforço coletivo para promover a paz, a segurança e o desenvolvimento sustentável”, disse o Presidente são-tomense.
A embaixadora de Cabo Verde, enquanto decano dos diplomatas acreditados em São Tomé e Príncipe, assegurou ao chefe de Estado são-tomense que todos os países e instituições parceiras do Estado são-tomense “partilham a mesma vontade e empenhamento em contribuir para a prosperidade e bem-estar do extraordinário povo de São Tomé e Príncipe e deste maravilhoso país insular”.
“É assim nossa resolução continuar a trabalhar em conjunto, estreitar cada vez mais o diálogo, identificar mais oportunidades mutuamente vantajosas para os nossos países”, disse Deontina Carvalho.