TESLA STP garante solução para o setor energético em São Tomé e Príncipe

O chefe do Governo são-tomense, Patrice Trovoada, sublinhou que, antes da chegada dos investidores turcos, o cenário do país “em relação a energia era dos piores”, chegando “ao ponto de só produzir pouco menos de 40% das necessidades do país” que ficou em “situação extrema” e “ia ficar às escuras”.

Economia -
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A empresa Tesla STP, de investimento turco, inaugurou uma central com capacidade para produzir 10 megawatts de eletricidade em São Tomé e anunciou a instalação de duas novas centrais para a produção de mais 45 megawatts de energias renováveis no arquipélago.

Segundo o diretor-geral da Tesla STP, a instalação da central térmica de São Tomé, situada na capital do país, “é a primeira fase de um grande projeto com 10 megawatts de energia para as necessidades imediatas da ilha”, o que foi concretizado em cinco meses garantindo a estabilidade energética na ilha de São Tomé.

“Na segunda e terceira fase, vamos transitar para uma melhoria de energias colocando uma central de 30 megawatts através de gás natural, o que acredito que vai ser a primeira da região, e vamos culminar com uma central de 15 megawatts de painel solar”, disse Fatih Borra, na cerimónia de inauguração que contou com a presença do primeiro-ministro são-tomense e vários membros do Governo.

O chefe do Governo são-tomense, Patrice Trovoada, sublinhou que, antes da chegada dos investidores turcos, o cenário do país “em relação a energia era dos piores”, chegando “ao ponto de só produzir pouco menos de 40% das necessidades do país” que ficou em “situação extrema” e “ia ficar às escuras”.

O primeiro-ministro disse que o Governo tentou convidar várias empresas a investir no setor em São Tomé e Príncipe “e quase todas desistiram devido as dificuldades”, técnicas, financeiras, comerciais e de rentabilidade do investimento no arquipélago.

“De facto, a Tesla teve essa confiança no país, confiança nos são-tomenses, confiança no Governo para arriscar e arriscaram bem”, sublinhou Patrice Trovoada.

O primeiro-ministro sublinhou que com a primeira fase do projeto já é notável melhoria no setor energético, e na Empresa de Água e Eletricidade (Emae), nomeadamente com a “redução do consumo de combustível, melhoria na faturação, maior eficiência energética, maior e melhor entrega de energia ao cliente” o que “se traduz de facto a prazo por uma melhoria das contas públicas”.

Patrice Trovoada disse acreditar que, com uma energia estável, as pessoas vão começar a valorizar e “começarão a perceber que é preciso pagar as suas contas”, assim como muitas instituições públicas que têm dívidas para com a Emae.

“Eu peço para a Emae acelerar o processo de colocação dos contadores pré-pagos, começando pelas instituições que têm autonomia financeira, por isso têm dinheiro do Estado e do Orçamento para poder pagar as contas”, apelou o chefe do Governo são-tomense.

O primeiro-ministro sublinhou que a Turquia é um dos três maiores investidores na África ao nível bilateral e a presença em São Tomé significa que o país está a ganhar confiança ao nível internacional, além dos parceiros tradicionais de cooperação.

O presidente do Movimento de Libertação de São Tomé e Príncipe-Partido Social Democrata (MLSTP-PSD), maior partido da oposição são-tomense, denunciou a alegada falta de transparência no negócio entre o Governo e a empresa turca.

Em entrevista à Lusa, em dezembro do ano passado, o presidente do MLSTP-PSD, Jorge Bom Jesus, criticou a “forma de gestão opaca” do Governo são-tomense, liderado pelo primeiro-ministro Patrice Trovoada, que considera ter como “imagem de marca” a “falta de transparência na gestão da coisa pública”.

Jorge Bom Jesus defendeu que o processo de aquisição dos cinco geradores para exploração de energia térmica num acordo com a empresa turca “também não tem sido devidamente esclarecido à opinião pública” e referiu que a Assembleia Nacional e os deputados, “que representam a casa do povo, também não conhecem este projeto”.

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