Centenas de são-tomenses, maioritariamente jovens “ainda” apostam nas formações profissionais desenvolvidas no país para adquirir ou aprimorar conhecimentos técnicos e profissionais em diversas áreas, contrariando a onda de emigração registada nos últimos tempos.
O Centro de Formação Profissional de São Tomé e Príncipe (CFP-STP), na localidade de Bubu-Budu, na capital são-tomense, que conta dupla certificação, nomeadamente através da parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Portugal, tem sido a principal escolha dos jovens oriundos dos vários distritos e da ilha do Príncipe.
Segundo o diretor do CFP-STP, Nilton Lima no ano passado a instituição formou 542 jovens, e destes “274 já estão a trabalhar” o que representa “uma margem bem boa”.
No entanto, Nilton Lima sublinhou que “tem havido algumas dificuldades” no centro, sobretudo a questão da emigração que tem assolado o país nos últimos anos.
“Mas nós temos feito divulgações, sensibilizações para que as pessoas entendam a necessidade de fazer formação porque um quadro formado está em melhores condições de prestar serviços, mesmo que tiver que emigrar, o certificado de Budu-Budu [CFP-STP], é válido para toda União Europeia”, disse Nilton Lima.
Élson Rompão, tem 27 anos e está a formar-se em Instalação de Eletricidade, curso com a duração de 1 ano.
“Já tenho praticado este tipo de trabalho como de instalação, pequena instalação de residencial, mexer alguns equipamentos, então, como eu ‘tenho vício’ de mexer certos equipamentos, inscrevi neste curso para aprimorar o meu conhecimento, de modo a fazer o trabalho mais eficaz e não colocar a vida da pessoa em risco”, disse Élson Rompão.
O jovem são-tomense disse a RSTP que escolheu formar neste curso por ter “mais oportunidade no mercado de trabalho”.
Depois de ter concluído o curso de jardinagem, Edilson Pereira que é sapateiro de profissão regressou ao centro e está tirar a formação sobre Gestão de Pequenos Negócios, e considera importante o financiamento recebem após a conclusão do curso para investir no negócio.
“É uma forma de fazer crescer mais o negócio […] é uma boa contribuição porque nós aqui podemos ter ideias já mais profissionais”, sublinhou, Edilson Pereira.
Apesar das dificuldades, muitos têm buscado oportunidades, formando em diversas áreas. Exemplo disto, são dos dois
No entanto os jovens provenientes da Ilha do Príncipe reclamam mais desafios durante a formação, segundo a aluna Jéssica Barros, que frequente o curso de Técnico Administrativo e Secretariado.
“Porque nem todos têm família cá [em São Tomé], então, uns têm que ficar com amigos, outros têm que pagar a renda, têm grandes desafios, mas eu vejo que com força de vontade todos nós conseguimos ultrapassar estes desafios”, disse a jovem estudante, referindo que muitas vezes recorrem ao presidente do Governo Regional, que tem lhes tem providenciado apoios.