Os empresários em São Tomé querem maior intervenção do Governo para reduzir custos e facilitar o transporte de mercadorias para evitar a rotura do stock no arquipélago, anunciou a classe após encontro com o primeiro-ministro.
Um grupo de empresários são-tomenses e estrangeiros foi recebido, na segunda-feira, pelo chefe do Governo são-tomense, Patrice Trovoada no encontro de cerca de quatro horas, após o qual o porta-voz do grupo, disse ter servido para analisar “quais são as melhores maneiras para evitar a rotura de stock”.
“Estamos a ver a possibilidade de trabalhar com novos mercados, nomeadamente a costa africana que faz com que os produtos venham mais rápidos para São Tomé, isso tudo para evitar roturas de stock”, disse Ahmad Haidar.
O encontro com o chefe do Governo surge a menos de uma semana após outra reunião mais alargada entre o ministro da Economia Disney Leite e vários operadores económicos.
“A reunião com o ministro da Economia foi para apontar os problemas. Esta reunião [com o primeiro-ministro] foi para achar soluções e realmente achou-se soluções. Agora falta pôr em prática por parte do Governo e dos empresários”, explicou Ahmad Haidar.
O empresário sublinhou que “o Governo está aberto em achar solução” para as dificuldades dos empresários, sendo que “o problema essencial” é a falta de divisa.
“Isso já vem de há muito tempo e nós entendemos a situação do país, nós sabemos que devido a pouca exportação há pouca divisa, mas nós não podemos parar porque nós temos responsabilidade com o povo são-tomense”, disse.
Ahmad Haidar referiu que o mercado de São Tomé é pequeno, “mas há sempre solução” que devem passar por maior intervenção do executivo para ajudar os empresários.
“Se calhar com a intervenção do Governo nós vamos conseguir achar soluções para o país. Para além da costa africana o Governo tem as suas parcerias com outros Governos de outros países”, referiu o porta-voz dos empresários.
“Se nós quisermos abastecer o país, por exemplo, com um produto em grande quantidade com a intervenção do Governo há facilidade de pagamento, há preço mais baixo porque quando é Governo e Governo a tratar é mais fácil”, acrescentou.
O empresário disse que o que ouviram do Governo “foi uma motivação” e que fez acreditar que “há uma luz no fundo do túnel, e só questão de pouco tempo” que “as coisas vão se resolver”.
“Governo nos deu expectativas e são expectativas que nós confiamos, nós sabemos o que vai acontecer dentro de semana ou meses”, sublinhou.
No entanto, porta-voz dos empresários que participaram na reunião com o primeiro-ministro assegurou que atualmente não há roturas de produtos no mercado, apontando questões de atrasos que estão a ser superados com a chegada de navios de mercadorias a partir de hoje.
Na reunião com o ministro da Economia na semana passada, os empresários disseram que são obrigados a comprar divisas no mercado informal o que acaba por ser mais caro e reflete no aumento do preço dos produtos, anulando o efeito de muitas medidas de redução de taxas já adotadas pelo executivo.
Além da falta de divisa, os empresários apontaram ao Governo a redução de transportadores de mercadorias que têm deixado de operar para São Tomé, e também pediram maior intervenção do executivo para a redução da informalidade que tem provocado “concorrência desleal” aos seus negócios.