Governo são-tomense e sindicatos chegam ao acordo para o fim da greve na Educação

Entretanto o primeiro-ministro assegurou que o Governo não vai pagar os salários aos professores pelo período em que estiveram em greve, “porque a lei diz que não se paga o salário”, mas insistiu que o executivo pode ajudar os sindicatos a encontra uma solução.

Educação -
Rádio Somos Todos Primos

O Governo são-tomense e os sindicatos de professores chegaram ao acordo para o fim da greve na educação, prevendo a assinatura do memorando até domingo e início das aulas na segunda-feira, anunciaram a intersindical e o primeiro-ministro.

“A intersindical considera que é um acordo possível. Não é a nossa vontade, poderíamos ir mais, mas dada as condições económicas do país não é possível”, anunciou, na sexta-feira o porta-voz da intersindical composta pelos quatro sindicatos de professores são-tomenses.

Clementino Boa Morte, que falava após mais o segundo encontro com o primeiro-ministro, e após mais uma ronda negocial com a ministra da Educação, disse que o documento vai ser remetido aos delegados sindicais durante o fim de semana “para que eles tomem conhecimento e dar o seu parecer” para depois ser assinado o “mais rapidamente possível e se for possível no domingo” porque querem ser “céleres na solução” da greve para retomarem as aulas.

Interpelado pelos jornalistas no aeroporto internacional Nuno Xavier, em São Tomé, antes de viajar para Cabo Verde onde participará numa conferência sobre “Liberdade, Democracia e Boa Governanção” o primeiro-ministro Patrice Trovoada assegurou que o acordo alcançado após mais de 30 dias de paralisação “melhorou na medida do possível” em relação as propostas anteriormente apresentadas pelo Governo, como resultado de discussão “na base da boa-fé, da realidade do país, dos limites máximos”.

“Felizmente eu penso que hoje chegamos a um ponto de convergência que representa um grande esforço por parte do Governo, tomando sempre em consideração a condição, sobretudo das crianças, e representa um avanço também para os professores que a sua representação achou de razoável para por fim a greve”, disse o primeiro-ministro.

Entretanto o primeiro-ministro assegurou que o Governo não vai pagar os salários aos professores pelo período em que estiveram em greve, “porque a lei diz que não se paga o salário”, mas insistiu que o executivo pode ajudar os sindicatos a encontra uma solução.

“O Governo sempre disse, eu próprio disse, estamos disponíveis em ajudar o sindicato a resolver a questão, porque são mais de 3040 famílias. Eu acredito que nenhum governante pode também deixar as famílias um mês sem rendimento”, reiterou o chefe do executivo são-tomense.

Questionado pela Lusa, sobre a como será a recuperação dos conteúdos perdidos pelos alunos durante os mais de 30 dias de greve, o primeiro-ministro admitiu que se vai prolongar o ano letivo.

“Eu acho que os professores e o Ministério estão resolutamente virados para trabalhar mais para recuperar o tempo perdido […] pode-se traduzir num ano letivo que vai esticar um pouco mais […] têm consciência que tem que se recuperar esses 30 dias para o bem dos alunos”, disse Patrice Trovoada.

A greve dos professores teve início em 01 de março, com a exigência inicial de aumento do salário base de cerca de 2.500 para 10.000 dobras (quase 100 para 400 euros), que o Governo disse ser impossível, passando as negociações a centrar-se em melhorias de subsídios.

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