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Sem uma perna, e “sem cadeira de rodas”, Bom Jesus trabalha como sapateiro para sobreviver

Bom Jesus

Bom Jesus tem 64 anos, trabalha como sapateiro há mais de 50 e é deficiente físico há 20 após perder uma perna após ter sido atingido por um poste derrubado por um caminhão. Sem uma cadeira de rodas em condições, muito menos materiais e espaço próprio para costurar os sapatos, Bom Jesus vai ganhando a vida na praça, com espírito de resiliência sem se deixar levar pela deficiência.

Bom Jesus não quis ficar parado, por isso voltou a sua atividade de sapataria, profissão que começou a praticar quando tinha 10 anos.

“Sapateiro em São Tomé e Príncipe está mal por não ter materiais para trabalhar, há obra que eu não recebo por falta de materiais, está péssimo, está mesmo mal”, lamentou o sapateiro.

A falta de espaço para trabalhar é outro desafio deste portador de deficiência que em todas manhãs recorre ao seu espaço improvisado, perto da Bomba de Combustível ‘Pereira Duarte’, para procurar um meio de sustentar a família.

“A obra é constante, mas há obra que eu não recebo, por falta de materiais. Eu não tenho oficina, se tiver chuva, eu fico mesmo mal com obra de pessoa”, disse o sapateiro, sublinhando que “esta profissão é complicada”, mas é o que sabe e gosta de fazer.

Bom Jesus clama por um apoio das entidades públicas, privadas ou individuais “para ter uma sapataria perto da cidade” de forma a ganhar mais clientes e ser mais reconhecido.

“Na roça quase que eu não ganho nada, aqui na cidade eu ganho alguma coisa para eu safar dia a dia”, precisou.

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