Lançado projeto de reforço para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas em STP

O projeto que tem a duração prevista de três anos, é financiado pelo Fundo Verde para o Clima e implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) em parceria com o governo são-tomense, lançou na sexta-feira, o projeto de reforço das capacidades para fazer face aos efeitos das mudanças climáticas em setores chave da economia azul, pescas e turismo em São Tomé e Príncipe.

O projeto que tem a duração prevista de três anos, é financiado pelo Fundo Verde para o Clima e implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

“As ilhas de São Tomé e Príncipe são altamente vulneráveis às alterações climáticas devido à fragilidade do seu ecossistema e ao baixo nível de desenvolvimento socioeconómico. O país já está altamente exposto aos perigos relacionados com o clima, incluindo inundações, inundações repentinas nas costas/fozes dos rios, tempestades e secas”, lê-se numa nota da FAO enviada à RSTP.

A nota refere que “a subida média do nível do mar tem causado grave degradação costeira, salinização, aumento da incidência de cheias repentinas que podem causar danos às atividades costeiras que são essenciais para a subsistência das comunidades ali localizadas, e áreas que concentram quase todas as infraestruturas económicas, incluindo o habitat social”.

As projeções locais sobre a alteração da precipitação em STP, indicam um aumento da precipitação intensa, e um aumento no número de dias secos consecutivos, o que indica uma extensão da Gravana (estação seca que dura cerca de três meses) e má distribuição das chuvas na região

“A vulnerabilidade de São Tomé e Príncipe aos efeitos das alterações climáticas é exacerbada por ser um Pequeno Estado Insular em Desenvolvimento, com vulnerabilidade estrutural, dependência externa, desemprego, pobreza, desigualdade na distribuição de rendimentos, possibilidades reduzidas de migração consequentemente, e remessas limitadas”, sublinha.

O projeto foi lançado no âmbito da operacionalização da Estratégia Nacional de Transição para a Economia Azul em São Tomé e Príncipe, na sala de conferências do Hotel Praia, em São Tomé.

No entanto, o responsável da Secção de Pescas e Aquacultura, do escritório sub-regional da FAO para África Central, Lionel Kinadjian, “falou sobre o compromisso da FAO ao lado do governo são-tomense, desde a escolha de privilegiar a transição para a Economia Azul, que consistiu num percurso que começou no país em 2016, num diálogo aberto, constante e responsável”.

“Assim, através de diferentes meios e programas, a FAO tem acompanhado um processo de transição passo a passo, de forma a promover a ideia de passar de uma economia simplesmente marítima, muitas vezes ainda marcada pela concorrência intersectorial, devido a deficiências de coordenação, para uma Economia Azul mais inclusiva, mais social, mais atenta ao ambiente, melhor controlada pelo planeamento do desenvolvimento territorial e regulada para reduzir as externalidades negativas de cada setor”, declarou Lionel Kinadjian.

O referido projeto terá como objetivo, a capacitação e envolvimento das partes identificadas e desenvolvimento de quadros estratégicos para efetivamente ter em conta os impactos das alterações climáticas e orientar o investimento do GEF, apoiando o processo de acreditação, nos sectores-chaves relacionados com a Economia Azul em São Tomé e Príncipe, como a pesca e o turismo.

O diretor do Planeamento do Ministério do Planeamento e Finanças, Fausto Neves, congratulou-se com o lançamento do projeto, e realçou o papel da sua direção como entidade responsável pela integração das mudanças climáticas em todas as políticas de desenvolvimento do país.

Por outro lado, a Ministra do Ambiente, Nilda da Mata, que co-presidiu o evento, disse que São Tomé e Príncipe, enquanto membro dos Países de Pequenos Estados Insulares (PEID) “enfrenta muitos desafios”, frisando que “é necessário que todos trabalhem em conjunto para desenvolver ações concretas para fazer face às alterações climáticas”.

Nilda da Mata referiu que alguns sectores-chaves como a agricultura, a pesca e o turismo, são os que merecem uma atenção especial, uma vez que estes sectores estão mais vulneráveis as consequências causadas pelas alterações climáticas.

Por sua vez, o ministro da economia considerou o projeto “como um compromisso concreto com o futuro sustentável do arquipélago, e um testemunho do empenho coletivo em enfrentar os desafios das mudanças climáticas no país”.

São Tomé e Príncipe desenvolveu e adotou a sua Estratégia de Transição para a Economia Azul em dezembro de 2019, constituindo o primeiro passo no compromisso do país para promover o Crescimento Azul.

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