O Presidente são-tomense disse na quarta-feira esperar um entendimento entre o Governo e a missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a assinatura do acordo de crédito alargado, sem o qual considerou que nenhum parceiro fará ações práticas no arquipélago.
Carlos Vila Nova falava, no aeroporto de São Tomé, antes de seguir viagem com destino à Coreia do Sul, onde participará na cimeira Coreia-África, na próxima semana.
Interpelado sobre o encontro que manteve com o chefe da missão do FMI que está em São Tomé, o chefe de Estado são-tomense considerou que “há muito trabalho a ser feito”, mas reconheceu que o encontro “foi muito pertinente” tendo lhe permitido receber e dar algumas informações que a missão precisava.
“Há pequenas arestas que têm que ser limadas. Os trabalhos decorrem a bom ritmo, tem havido franqueza, pelo que me foi dito, há de continuar por mais uma semana e eu espero que ao longo desta semana por aquilo que me foi dito e por aquilo que foram as preocupações que eu transmiti, nós consigamos evoluir e chegarmos a um entendimento que é quase que indispensável porque nenhum dos parceiros do quadro multilateral fará seja o que for em termos práticos, sem que haja um acordo com FMI”, apontou Carlos Vila Nova.
No entanto, o chefe de Estado são-tomense sublinhou que “é preciso também que o FMI tenha consciência que não pode de nenhuma maneira, em nenhum momento haver comportamentos ou atitudes que possam constituir uma espécie de bloqueio”.
“Eu acho que o quadro está constituído para que se ultrapasse nos próximos tempos aquilo que são as divergências que existem e é normal, e eu espero, de facto, que no final da missão haja um sentimento mais positivo e haja mais clareza nesta relação”, acrescentou.
O chefe da missão do FMI alertou na quarta-feira que São Tomé e Príncipe tem a dívida “a um nível muitíssimo elevado” e não tem financiamento para importar bens necessários.
A missão enquadra-se no âmbito das negociações com o Governo são-tomense, em curso há mais de um ano, tendo em vista a assinatura do novo acordo de facilidade de crédito alargado.
“Naturalmente que o centro das nossas discussões e debates têm a ver com a necessidade de fechar o fosso de financiamento que existe no país. Neste momento, não há financiamento para importar os bens necessários para São Tomé e Príncipe e, por outro lado, a dívida está a um nível muitíssimo elevado”, disse o chefe da missão, Slavi Slavov, após encontro com o Presidente são-tomense.