Movimento Basta pede ao Presidente da República para convocar diálogo nacional

Salvador Ramos sustentou que “a economia do país está a beira de uma derrocada” e responsabilizou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, lembrando que durante a campanha “prometeu soluções” para os problemas, “afirmando estar preparado para governar”.

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Rádio Somos Todos Primos

O Movimento Basta, com dois assentos no parlamento são-tomense, apelou ao Presidente da República para promover um diálogo nacional para analisar a situação económica e social do país que considera estar a enfrentar “crise sem precedentes”.

“Estamos a vivenciar sinais claros de tendências antidemocráticas no atual Governo. O desrespeito pelas instituições democráticas é alarmante e manifesta-se de várias formas”, apontou o coordenador do Movimento Basta, Salvador dos Ramos, em conferência de imprensa, na quinta-feira.

Na mesma ocasião, criticou a presença do governador do Banco Central a lado do ministro das Finanças “de pé durante mais de uma hora atrás do primeiro-ministro”, numa conferência de imprensa, no sábado.

É uma demonstração evidente de que essa instituição que deveria operar de forma independente está subjugada ao controlo do Governo”, sublinhou, Salvador dos Ramos.

O coordenador do Movimento Basta alertou ainda para uma “proposta de lei que permite ao primeiro-ministro nomear as chefias militares”, que considerou “uma clara indicação da centralização do poder” que ameaça a democracia “e põe em risco a separação de poderes”.

Salvador Ramos sustentou que “a economia do país está a beira de uma derrocada” e responsabilizou o primeiro-ministro, Patrice Trovoada, lembrando que durante a campanha “prometeu soluções” para os problemas, “afirmando estar preparado para governar”.

“No entanto, a sua inação, o improviso, a falta de conhecimento sobre o Estado real do país nos trouxeram até aqui: um país mais pobre, com alto, índice de desemprego, a taxa de crescimento económico mais baixa em relação a outros governos”, sublinhou.

O Movimento Basta criticou ainda o contrato de concessão do Aeroporto de São Tomé ao FB Group de investidores turcos, acusando o Governo de tê-lo feito “ignorando um financiamento de 100 milhões de dólares da China”, o que considera como “mais um exemplo de uma gestão que não inspira confiança”.

A crise social que enfrentamos é devastadora. A pobreza está em níveis alarmantes, levando muitos dos nossos compatriotas a abandonarem o país em busca de uma vida melhor. Essa imigração em massa é um sintoma de uma sociedade em desespero e a responsabilidade recai diretamente sobre um governo que prefere culpar a oposição ao invés de agir”, apontou.

Perante este quadro o Movimento Basta apelou à intervenção do Presidente da República, Carlos Vila Nova, para que convoque os partidos políticos, com e sem assento parlamentar, para uma mesa de diálogo nacional com o objectivo de “avaliar de maneira conjunta e profunda a atual situação económica e social do país” e elaborar “uma estratégia unificada e inclusiva para abordar as questões levantadas pelo FMI”.

Para o Movimento Basta, o diálogo nacional deverá ainda “promover um consenso em torno das reformas necessárias para restaurar a confiança internacional e melhorar a governança do país, assegurando que as medidas a serem implementadas sejam justas, eficazes e sustentáveis a longo prazo”.

Na quarta-feira o Presidente da República, Carlos Vila Nova considerou que a situação económica e financeira do país, associada à falta de acordo com o Fundo Monetário Internacional exige a participação de todos, e prometeu envolver todos, incluindo a oposição na busca de soluções.

“Penso que essa questão é tão transversal, que ultrapassa a competência dos órgãos de soberania. Precisamos do envolvimento de todos e não pouparei esforços em tentar envolver o máximo de colaboração ou pedir o máximo de colaboração das forças vivas da nação, porque o momento económico-financeiro que o país atravessa é sério. Exige de todos ponderação, esforço, dedicação e energia para ultrapassarmos esse momento”, defendeu Carlos Vila Nova.

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