O Festival da Oficina de Laboratório da Gastronomia dos Angolares (FOLGA) decorreu pela terceira vez em São Tomé e Príncipe, com o objetivo de dar as pessoas a oportunidade de degustar os pratos típicos e algumas especialidades inovadoras da culinária são-tomense, bem como valorizar a gastronomia tradicional.
Segundo o ‘curandeiro’ da Bienal e promotor da iniciativa, João Carlos Silva trata-se de “um festival de gastronomia muito particular feito com pessoas locais, com as mamãs, as senhoras já de alguma humildade que vêm de Angolares com uma experiência muito grande ao nível da cozinha tradicional”.
“São essas tradições gastronómicas que nos ajudam a entender o que é que nós fazemos hoje de forma inovadora, criando e ousando, inclusive a contribuir para que nos próximos anos nós [possamos] ter outro tipo de cozinha que não é apenas a tradicional”, acrescentou.
O festival gastronómico que teve lugar na Roça São João, será realizado todos os domingos, durante a realização da X Bienal de Artes e Cultura que decorre no país até 25 de julho, segundo João Carlos Silva que pretende “internacionalizar a marca da roça e ao mesmo tempo valorizar os produtos nacionais”.
“Temos essas condições criadas, então para o próximo ano, mais ou menos, para este período estaremos a fazer a quarta edição do FOLGA, mas já com a componente nacional e internacional”, disse adiantando que “durante estas três edições” foram experimentadas e feitas várias experiências apenas com pessoas locais.
“Sempre que viajo e saio para ir fazer coisas e que levo jovens comigo daqui desta oficina (FOLGA), ganhamos mundo, vemos as coisas de outra maneira e todos esses anos temos estado a treinar esta situação que é um dia podemos receber gente de fora e podermos estar em condições de manifestar ou de mostrar a nossa qualidade em termos de aproveitamento de tudo”, frisou.
O festival gastronómico culminou ainda com uma exposição de pinturas na galeria da RAAM (Residência de Artistas do Mundo), obras de alguns artistas que participaram na residência artística que decorreu no arquipélago, bem como da atuação do grupo de Danço Congo de Angolares e uma visita guiada em Água Izé, com primeiro-ministro Patrice Trovoada ao espaço da abertura da X bienal de Artes e Cultura de STP.
A X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe decorre no país até 25 de julho, sob o lema “A (re)descoberta de Nós” – da História ao Património Comum, das Utopias ao Futuro” e conta com a participação de artistas e coletivos de mais de uma dezena de países, nomeadamente de Cabo Verde, Togo, Gabão, RDCongo, França, Portugal, Holanda, Angola, Senegal, São Tomé e Príncipe, Inglaterra e Brasil.