Artista plástica cabo-verdiana, Jacira da Conceição apresentou segunda-feira, 8 de julho, uma performance denominada “A caminho do mar”, fruto de um trabalho conjunto com as mulheres da comunidade de Água Izé no âmbito da X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe.
A performance que surge através de um projeto levado a cabo pela artista vai resultar futuramente na produção de um livro e vídeo performance, denominado “A caminho de Água Izé”, com o objetivo de contextualizar sobre o papel da mulher na arte contemporânea.
“Performance fala sobre a questão do corpo das mulheres, fala-se da resistência, fala-se da renovação dessa constante e quando eu cheguei aqui em Água Izé porque eu tinha proposto que eu queria trabalhar com a comunidade cabo-verdiana em São Tomé, com essas mulheres da roça e quando eu cheguei à Água Izé eu encontrei essa união de mulheres”, disse a artista cabo-verdiana.
“A palavra-chave dessa performance é nós não sermos definidas como negritas, mas sim como mulheres”, reforçou Jacira da Conceição.
Jacira da Conceição nasceu na localidade de Chão Bom, Ilha de Santiago, Cabo Verde, e reside atualmente em Portugal. Iniciou a sua atividade como escultora na relação que estabeleceu com a comunidade de Oleiras da localidade de Trás-os-Montes, no Tarrafal, em Montemor-o-Novo, onde tem o seu ateliê a partir do qual recebe vários convites para exposições.
No dia 16 de Junho de 2023, a ceramista cabo-verdiana apresentou uma exposição e performance, com o título “Insularidade”, no Festival Futurama, que aconteceu em Beja.
Em 26 de Maio de 2023, participou numa mostra internacional, no Museu da Água, em Lisboa, a convite da galeria luso-angolana ‘This is not a White Cube’, com quatro esculturas, no Museu da Água – Depósito da Patriarcal, no Príncipe Real, no âmbito da exposição internacional da feira Arco Lisboa no programa VIP.
Em 18 de Maio do mesmo ano, Jacira da Conceição também fez o encerramento da exposição “Tchom Bom”, que estava patente no Centro Cultural de Cabo Verde (CCCV), em Lisboa, no âmbito do projeto com a Fundação Calouste Gulbenkian, inaugurada no dia 29 de Abril do ano passado.
Em 2022, através do convite da Universidade de Évora, criou uma escultura de grande escala em cerâmica para o Colégio do Espírito Santo, numa obra de homenagem a África “Tchom Bom”, e uma exposição denominada “Da terra viu nascer do mesmo chão”.
Em setembro de 2022, participou na mostra coletiva “O Estado do Mundo: Museu do Atlântico Sul”, no pavilhão branco das Galerias Municipais de Lisboa.
Atualmente tem trabalhado e criado esculturas e outras peças para várias entidades cabo-verdianas, como a Embaixada de Cabo Verde em Portugal, o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, mas também o Museu de Arqueologia e Etnografia do Distrito de Setúbal, o Museu Nacional de Arte Contemporânea, entre outras.
