O historiador português, João Moreira da Silva apresentou na segunda-feira, 08 de Julho no espaço CACAU, uma palestra sobre a “A História de São Tomé e Príncipe no século XIX” durante a qual destacou a importância da reocupação portuguesa e do poder colonial na época.
“É muito importante olhar para este século para perceber não só as dinâmicas do poder, de como poder se constrói, mas também como é que as novas identidades surgem, as identidades dos forros, cabo-verdianas e angolanas que foram trazidos para as ilhas e proibidos de sair, [este século] diz-nos sobre o presente que vivemos, tanto em São Tomé, como em Portugal e como estes países foram construídos através desta dinâmica colonial, muitas vezes por exploração ”, disse o palestrante e historiador português João Moreira da Silva.
A maioria das histórias escritas sobre São Tomé e Príncipe, aborda sobre o século XX. No entanto, o historiador João Moreira, abordou sobre a questão do surgimento das roças no século XIX, assegurando que “é no século XIX que estão as sementes do século XX”.
João Morreira da Silva frisou ainda que “as primeiras roças a surgirem, como Água Izé, Monte Café, aos poucos estarão sob o modelo para o resto de outras roças que surgiram no século XX”.
“São roças que como sabemos ainda existem hoje em dia e apesar de esta história, felizmente já ter sido ultrapassada com a independência, não deixa de ser importante compreendê-la para perceber, não só como é que aqueles edifícios foram montados, mas também, como é que as identidades das próprias pessoas foram reconfiguradas nestas mudanças brutas”, ressaltou João Silva.
O século XIX foi a época em que a agricultura foi estimulada no arquipélago com o cultivo de cacau e de café. Nesse período, as ilhas figuraram entre os maiores produtores mundiais de cacau.
Esta palestra, realizada na segunda-feira, 08 de julho, enquadra-se no âmbito das atividades da X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe que decorre no país até o dia 25 de Julho.