X Bienal: Palestra sobre Tchiloli e Auto de Floripes apresentada no Arquivo Histórico

A palestra visou abordar sobre a importância destas manifestações culturais do país, sobretudo do Tchiloli que está em processo de candidatura para património imaterial da humanidade.

Cultura -
Tchiloli

No âmbito da X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe o Arquivo Histórico foi palco de palestra sobre o Tchiloli e o Auto de Floripes que abordou sobre a importância destas manifestações culturais do país, sobretudo o Tchiloli que está em processo de candidatura para património imaterial da humanidade.

O Tchiloli atualmente em São Tomé e Príncipe está vivo, porque eu não me refiro ao número de grupos que existem, mas sim o património está vivo porque ainda é manifesto e coincide também com as atividades das autoridades [porque] o estado quer promover o Tchiloli para um outro patamar”, disse Causterino Alcântara, um dos palestrantes que abordou sobre a parte do património, tendo defendido a necessidade de se introduzir a “história do Tchiloli e do Auto de Floripes” na escola.

Nós temos que construir também correntemente a história do tchiloli e trabalhar em cima de vários grupos, para continuarem a manifestar o tchiloli tal como merecia ser”, acrescentou Alcântara.

Por outro lado, Emanuele Arioli, investigador cultural francês que também foi chamado para falar sobre o tema, abordou sobre a parte histórica do Tchiloli e do Auto de Floripes.

Arioli sublinhou que “o tema fala da importância dessa lenda e da importância que teve aqui em São Tomé” sendo que estas manifestações culturais “têm sido reinventada e reapropriada para contar uma história local”.

Tchiloli

História de Carlos Magno, imperador romano do ocidente, chegou aqui [em São Tomé e Príncipe] e foi interpretada como uma mensagem de igualdade, é o que conta o tchiloli, igualdade frente a lei, frente a justiça e foi uma maneira de falar da história da época, da história colonial, então foi uma matéria medieval e apropriada aqui [nesta palestra] para falar das experiências locais”, disse Emanuele Arioli.

Eurico Veloso, é líder do grupo de tchiloli de Boa Morte, um dos grupos culturais antigos de São Tomé. Veloso aproveitou para deixar algumas recomendações.

Há duas recomendações fundamentais, uma delas é que nós que somos os atores, não devemos desistir, temos que continuar a esforçar para que nosso património não venha desfalecer e outra [recomendação] é continuar a pedir ao Estado [que] no seu todo possa ser mais interveniente, possa ajudar mais, possa preocupar mais com os nossos patrimónios, sobretudo este que agora já se fez um grande trabalho para que ele seja património imaterial da humanidade”, avançou Veloso.

Tchiloli

O Presidente do grupo Tchiloli de Boa Morte reforçou ainda dizendo que “é preciso que o Estado intervenha muito mais, com incentivos para que as pessoas que estão nesse momento a batalhar” para tornar esta manifestação cultural como património da UNESCO “não se sintam cansados e desmotivados”.

“É preciso [também] que os jovens sejam incentivados para não desistirem, sobretudo quando nós ensaiamos e não temos palco para se apresentar, as pessoas se cansam e perdem-se no caminho”, concluiu Eurico Veloso.

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