O Investigador cultural são-tomense, Caustrino Alcântara, defendeu durante a uma palestra ministrada na Casa da Cultura, na terça-feira, 16 de julho, a necessidade de se institucionalizar uma data sazonal para a celebração do tchiloli na ilha de São Tomé, considerando que “seria uma grande valia para este património”.
“Todo mundo saberia que o tchiloli comemora-se naquela data [15 de agosto] ou pode-se estender por todo mês para a apresentação ou comemoração do tchiloli em vários pontos, por um lado, porque afinal de contas isso tem um ganho muito forte, pessoas saem de confins do mundo vem para São Tomé só porque sabe porque que aquele dia é o dia do tchiloli […] toda a parte ganhará”, disse o investigador cultural, Caustrino Alcântara.
O Auto de Floripes da Ilha do Príncipe, conhecido como São Lourenço, é apresentado oficialmente em 15 de agosto, enquanto o tchiloli não tem uma data específica do ano. Alcântara considera que a apresentação desta manifestação cultural na Ilha do Príncipe tem produzido ganhos significativos naquela região.
O investigador discorda sobre a versão defendida pelos agentes culturais que associam o “Tchiloli” à tragédia entre o Imperador Carlos Magno e Marquês de Mântua.
“Isto não aconteceu entre o Imperador Carlos Magno e Marquês de Mântua, mas é o título dado a um património híbrido de peça de Marquês de Mântua reinterpretado e aclimatado com os valores da sociedade são-tomense”, assegurou Alcântara.
O Tchiloli, teatro popular da ilha de São Tomé, surgiu no país em 15 de Agosto de 1778 e está em processo de candidatura para património imaterial da humanidade.
A palestra ministrada por Caustrino Alcântara na Casa da Cultura, na capital são-tomense, insere-se no âmbito da X Bienal de Artes e Cultura que decorre no país até o dia 25 de Julho.
