X Bienal: Derio Quinto interpreta “Orunmilá” na performance “O Oráculo de IFÁ” de Miguel Hurst

A peça retrata um cenário ambientalista muito pouco favorável, trazendo uma mensagem de aviso ao ser humano sobre os maus-tratos que dá a terra e a si mesmo.

Cultura -
Derio Quinto

O ator são-tomense, Derio Quinto interpretou na sexta-feira, 19 de Julho no espaço CACAU, o “Orunmilá” na performance “O Oráculo de IFÁ”, resultado de excertos retirado da peça intitulada “A Sereia d´anguéné e o segredo da lagaia”, escrita pelo ator e encenador angolano, Miguel Hurst, inspirada nos crioulos de São Tomé.

A peça retrata um cenário ambientalista muito pouco favorável, trazendo uma mensagem de aviso ao ser humano sobre os maus-tratos que dá a terra e a si mesmo.

“[A peça] é uma chamada de atenção do verde que eu vejo em São Tomé, a inspiração levou-me para um texto em que a ação se passa em 2036, em que se instalou uma seca, instalou-se sim um cataclismo, não chove, há seca, todo verde que estão a ver é castanho e dentro disso aparece o IFÁ pela boca do Orunmilá que ocupa uma figura como Tirésias na Grécia que vem nos avisar e nos mostrar o oráculo”, disse o ator e encenador angolano, Miguel Hurst.

A peça foi escrita em São Tomé, concretamente em São dos Angolares, e foi toda apresentada no crioulo angolar, anguéné e interpretada pelo autor são-tomense, Derio Quinto que representou o “Orunmilá”, divindade milenar que tem seu culto estabelecido na cultura africana há mais de 10 mil anos.

“Esse texto foi produzido parcialmente e traduzido para anguéné, e a parte em anguéné, por respeito ao povo angolar que eu admiro muito, decidi que viesse na mesma proporção com qual foi traduzida, então a narração em anguéné é propositada”, frisou o ator são-tomense, Derio Quinto que interpretou a peça.

O público manifestou a satisfação com a apresentação da peça.

Eu gostei bastante do espetáculo, achei muito interessante e teve algumas falas em crioulo [que também] gostei”, disse Dainira Nascimento que esteve na CACAU para assistir à peça.

Eu acabei de assistir um espetáculo muito bonito aqui na CACAU, é a primeira vez que venho a esse espaço e estou completamente rendido, é um sítio extraordinário que transpira cultura por todo lado”, disse Marco Paiva, um dos encenadores portugueses que participa nesta bienal.

Apresentação da peça “A Sereia d´anguéné e o segredo da lagaia” enquadra-se no programa da X Bienal de Artes e Cultura que decorre no país.

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