O produtor são-tomense Enerlid Franca defendeu que “o cinema tem um papel importante no resgate e a preservação de histórias e da cultura são-tomense”, admitindo potencialidades que devem ser mais apoiadas para o melhor desenvolvimento desta área no país.
“Quando os nossos registos históricos, a maioria são escritos pelos estrangeiros, efetivamente, nós perdemos, porque o estrangeiro quando conta, ele conta em função do objetivo que lhe traz para pesquisar a história […] nós temos que efetivamente apostar na investigação científica e registar estas investigações”, disse.
ON TIME Entertainment é o nome da produtora audiovisual, fundada pelo Franca, através da qual tem realizado grandes produções sobretudo de eventos e no ramo do cinema.
Apesar da falta de especialização pessoal na área, o produtor são-tomense reconhece que existe pessoas com habilidades em produção audiovisual, sobretudo vocacionada à produção cinematográfica.
“Eu não sou formado na área, a experiência formou-me, o desafio formou-me e muito sinceramente, apesar da carência técnica [e] formação que existe em São Tomé, existe algumas pessoas muito bem preparadas, não digo capacitadas, mas muito bem preparadas que precisam efetivamente ser mais bem polidas para determinadas áreas” afirmou Franca apontando “a dificuldade de financiamento como um dos maiores desafios de produção cinematográfico no país”.
Enerlid Franca é formado em Arquitetura em Cuba, e que tem se destacado na carreira de produção áudio visual, sobretudo em produção cinematográfica.
Em 2013 regressou a São Tomé e Príncipe após ter concluído a formação, juntando-se a um grupo de jovens determinados em criar ideias que inspirem e que mudem a forma de ver, estar e de pensar da sociedade são-tomense, tendo sido a partir daí que começou a apresentar habilidades em produção cinematográficas.
“Começamos a desenvolver um programa denominado TEDEX, e acredito que a minha paixão pelo cinema, não surge aí, a minha capacidade para produzir surge diante dos outros”, disse Enerlid Franca à RSTP.
O produtor referiu que no decurso das diversas produções do TEDEX a oportunidade de coproduzir quase todas elas”.
“E ao meio desse período fui chamado pela Kátia Aragão para fazer a direção de produção da curta-metragem ´mina kiá` e voltamos a trabalhar juntos na minissérie ´Nas nossas mãos`, e depois de ´Mina kiá`, começou a surgir bichinho pela produção”, acrescentou.
Com estes registos, Enerlid Franca começou a ter oportunidades de produções e parceria com cineastas internacionais e em 2018 teve a oportunidade de produzir outros conteúdos com parceiros do Gana.
“Muitas vezes nós temos que fazer omelete sem ovos e é aí que entra o produtor efetivamente, o produtor tem a missão de olhar para aquilo que é o orçamento e engajar outros parceiros, inclusive pessoas que possam entrar no filme sem que a produção as tenha que pagar”, acrescentou.
Na terça-feira, 23 de Julho, o jovem produtor são-tomense, Enerlid Franca, estreou no espaço CACAU o seu mais recente projeto cinematográfico intitulado “Latitude Fénix”, um filme baseado em factos verídicos das histórias de São Tomé e Príncipe.
Segundo o produtor, o filme já concorre nas candidaturas de festival de cinemas internacionais.
“O filme está acabado, nesta altura submetemos a vários festivais internacionais, submetemos também ao São Tomé Fest Film, que é o Festival Nacional de Cinema, assegurou.
A estreia desse filme na CACAU, enquadrou-se no âmbito da X Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe.
