A população são-tomense tem tido cada vez mais consciência sobre a importância da conservação de mangais, segundo a ONG Oikos, que tem desenvolvido projetos de sensibilização nesta área, com financiamento da cooperação portuguesa.
A constatação foi partilhada durante a realização de uma conversa aberta na sexta-feira, 26 de julho para assinalar o Dia Internacional da Conservação de Mangal, com representantes das comunidades da Praia das Conchas e de Malanza.
“[Nós reunimos com eles] para que juntos possamos intervir e buscar soluções e estratégias para salvaguardar esses ambientes de eco sistémicos”, disse o técnico da Oikos para projeto Mangais, Evaldo da Cruz.
Segundo o técnico “os mangais em São Tomé e Príncipe já não são alvos de vulnerabilidade, devido e concrescente conscientização da população sobre a importância da sua conservação”.
“Atualmente com a visibilidade que temos estado a promover na prática, as pessoas já têm mais noções sobre os magais, já preocupam e tentam aos poucos preservar essas áreas para melhor conservar e nesse caso, ajudar as comunidades que se encontram a voltas e bem como as espécies que nelas se habitam e nelas se passam e encontram espaços de proteção “, referiu o técnico da OIKOS.
A Direção das Florestas e Biodiversidade, em conjunto com a ONG Oikos no âmbito do projeto TRI, vem desenvolvendo atividades para a recuperação, conservação e sensibilização comunitária sobre os mangais.
O técnico da Direção das Florestas, João Fernandes, assegurou que a sua instituição “tem vindo a fazer reuniões de sensibilização nas comunidades costeiras onde existem grandes quantidades de mangais, para consciencializar as pessoas no sentido de preservar os mangais”.
“Se nós destruímos mangais, quer dizer que haverá poucos peixes a desovar lá dentro, então estamos a trabalhar em todas as comunidades, principalmente com as crianças, os pescadores, as palaiês de forma a não destruir esse ecossistema porque é tao importante para a nossa subsistência”, precisou Fernandes.
Estima-se que São Tomé e Príncipe possui uma cobertura de mangal de cerca de 600 hectares, onde são identificados 12 mangais localizados no Norte e Sudoeste do país, sendo o mangal de Malanza e da Praia das Conchas, que atualmente são guardados pelos canoeiros locais.
“Antes as pessoas utilizavam muitos mangais para raspar o pau de mangal, porque a casaca [desta espécie] faz uma tinta, e aquela tinta dá para pintar a rede, e naquela parte, como ela seca, aquele ramo serve para fazer lenha e as pessoas usam muito isso”, disse o Canoeiro de Malanza, Osvaldo Mesquita.
“E outra coisa, dentro de mangais fica com muito tipo de espécies de aves, peixes e depois também tem muitos macacos nas zonas de mangais, os caçadores antes entravam e faziam muita caça, e através do engajamento dos mangais, somos os guardiões do espaço, e já não acontece essas coisas dentro dos mangais”, completou Mesquita.
O momento culminou também com a apresentação de um documentário produzido pela Oikos sobre as ações de conservação dos mangais desenvolvido com a comunidade de Malanza, sul da ilha de São Tomé.