A X edição da Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe, terminou no dia 25 de julho, com um concerto musical, e o governo, através da ministra da Educação, Cultura e Ciências a admitir que o evento contribuiu “para elevação da cultura nacional enquanto elemento da congregação, da construção e da santomensidade”.
Isabel Abreu que falava na cerimónia de enceramento da décima edição da bienal de São Tomé e Príncipe na CACAU, afirmou que o Governo “reconhece este evento como potencial na afirmação das artes e cultura” do arquipélago, na medida em que demonstrou que “os são-tomenses têm presente em si a arte e a cultura como elemento essencial para a sua formação e da sua identidade”.
“Os artistas presentes na décima bienal de São Tomé e Príncipe, tendo trazido a sua experiência, puderam partilhar com os artistas nacionais, criando espaços de oportunidades para elevação da cultura nacional enquanto elemento da congregação, da construção e da santomensidade”, refeiriu.
A tutelar da pasta da cultura de São Tomé e Príncipe, destacou ainda a importância da arte e a cultura como áreas de grandes influências para a cultura são-tomense.
“Aqui podemos manifestar de viva voz, total engajamento do governo dentro daquilo que são as reais dificuldades de prestar todo apoio para concretização das futuras realizações como é o caso da XI Bienal de São Tomé e Príncipe”, precisou Isabel Abreu.
O evento decorreu de 25 de Junho a 25 de Julho, com a presença de “muita juventude”, incluindo grupos culturais do país, bem como, oficinas de teatro e residências artísticas, segundo o coordenador da bienal, João Carlos Silva.
O intercâmbio, a troca de experiência entre os artistas, exposição plásticas, músicas e não só, bem como, a realização de peças e dos espetáculos, fizeram parte desta bienal que recebeu notas positivas por parte da população e de algumas individualidades nacionais e estrangeiras.
João Carlos Silva manifestou a satisfação com a realização desta décima bienal no arquipélago, reforçando o interesse em transformar a roça Água Izé numa microcidade cultural e artística.
“É esta grande utopia [da bienal de artes e cultura] de transformar uma emblemática roça com as pessoas do lugar, criar condições efetivas para que Água Izé seja um lugar apelativo para nós nos reinventarmos também, para criarmos condições para os que saíram e queiram voltar um dia, para os que ainda não saíram não sintam tanta vontade assim de deixarem o seu lugar onde nasceram”, afirmou João Carlos Silva.
A décima Bienal de Artes e Cultura de São Tomé e Príncipe decorreu sob o lema “À (re)descoberta de Nós – Da história ao património comum, das utopias ao futuro” e foi promovida pela Associação Roça Mundo, com apoio de várias instituições, destacando-se a Aliança Francesa e a Embaixada da França, a Cooperação Portuguesa, a Companhia são-tomense de Telecomunicações (CST).
O evento contou com a participação de cerca de 170 artistas de vários países, nomeadamente, de Cabo Verde, Togo, Gabão, República Democrática de Congo, França, Portugal, Holanda, Angola, Senegal, Inglaterra, Brasil e de São Tomé e Príncipe, onde se perspectiva a realização da próxima edição na ilha do Príncipe.