O rapper são-tomense, Lafinese Lenda disse “Em Entrevista” à RSTP que sonha em ver “uma elite de músicos são-tomenses” no nível internacional como os Calema, e apelou aos artistas para trabalharem mais para alavancar São Tomé e Príncipe, educar e inspirar a sociedade.
O artista que reside em Inglaterra há vários anos e que conta com mais de 15 anos de carreira, falava na estreia do espaço “Em Entrevista” nos estúdios da RSTP, aqundo das suas férias a São Tomé no mês de agosto.
“Um dos meus maiores sonhos mesmo é poder ver São Tomé e Príncipe no mapa, porque não faz sentido estar ali em cima sozinho, isso é o que a nossa irmandade ainda não entendeu e quero muito que nós cheguemos numa diáspora, em Portugal por exemplo, também termos uma elite de músicos são-tomenses ali […] não pode ser só os Calema, se calhar próprio eles precisam de mais irmãos são-tomenses para estarem ali, se calhar eles também têm problema”, precisou Lafinese.
O rapper são-tomense, disse ainda que está a participar em vários projetos para serem lançados nos próximos anos, sendo um deles, denominado “Versus Gravana”, que está a ser produzido em São Tomé e Príncipe, na qual conta também com a participação de alguns nomes, como, Vanessa Faray, MC Karboss, OKAPA, Makay e a Kennya.
Tendo forte inspiração pela escrita e pela poesia, Lafinese gravou a sua primeira música aos 15 anos de idade. Além de gostar muito da música, o artista também tinha inclinação pela dança há alguns anos, chegando a fazer parte de alguns grupos, nomeadamente “Os Caveiras”.
No entanto, a sua paixão pela música, sobretudo, pelo estilo “Rap” falou mais alto. Segundo Lafinese, o rap “é um estilo que surgiu para exprimir algo que vai mal na sociedade”.
“Hoje em dia perdeu muito este conceito, e eu quando comecei era isso, era minha forma de exprimir os meus descontentamentos, tanto sociais, como pessoais […] eu queria sempre mostrar, queria dar, queria falar [porque] era a única forma de falar naqueles tempos, é por isso que eu escolhi o rap”, frisou o artista.
O rapper são-tomense considerou que esse estilo musical “cresceu muito em São Tomé e Príncipe” apesar de as “pessoas estarem um pouco obscuras” e “ter uma grande resistência” relativamente a este estilo.
“Porque sabemos muito como é que o nosso povo é: resiste a qualquer coisa, principalmente até o internacional fazer que toda gente já vai querer entrar, mas rap deve ter uma grande resistência aqui em São Tomé, no entanto, eu notei um grande crescimento”, precisou.