Alunos de 4 turmas da escola básica da Trindade aderiram pela primeira vez ao programa “Cartas com Ciência”, que conta com uma rede de mais de 800 cientistas da lusofonia, com que poderão interagir através de cartas e não só, para aperfeiçoar técnicas de escrita e divulgação científica.
O programa, que foi lançado há quatro anos, tem como objetivo “combater as desigualdades sociais, usando a ciência como ferramenta e, especificamente, nos países e comunidades de língua portuguesa” e já conta com mais de 800 cientistas e 580 estudantes em toda a CPLP.
“A ideia é que cientistas e estudantes trocam cartas durante um ano para trocarem ideias, experiências. Para maior parte das pessoas jovens, é a primeira vez que conhecem um (a) cientista, então é uma grande responsabilidade e também uma oportunidade única”, disse à RSTP, Mariana Alves, uma das coordenadoras do projeto e investigadora da Universidade de Aveiro.
A responsável sublinhou que o projeto “Cartas com Ciência” procura formar cientistas para que as interações entre a ciência e estudantes “sejam mais inclusivas e equitativas de modo que cada jovem sinta que a ciência também é para si” e “encontre seu valor no conhecimento, na educação e na ciência”.
Mariana Alves avançou ainda que “há uma pesquisa que está a ser feita a partir do questionário da avaliação de impactos das turmas que já concluíram o programa de trocas de cartas sobre as perceções de jovens de São Tomé sobre a ciência e o impacto destes programas”. Pesquisa esta que está a ser feita em articulação entre a “Cartas com Ciências” e o CIDTFF da Universidade de Aveiro.
“Viemos aqui conhecer a turma, vários jovens que participaram, apresentar um bocadinho os resultados desse estudo e fazer também algumas perguntas em complemento desse projeto e perceber um bocadinho a ideia deles e ter um momento de convívios”, vincou.
A “Cartas com Ciência”, que pretende “criar oportunidades de desenvolvimento social e partilha de conhecimento entre comunidades não privilegiadas dos países de língua portuguesa”, foi oficialmente lançado a 5 de Maio de 2020, o primeiro Dia Mundial da Língua Portuguesa, pelos cientistas Mariana Alves e Rafael Galupa, e conta com vários voluntários de diversos países da lusofonia.
Em São Tomé, o programa está a ser liderado pela professora e diretora da Biblioteca Nacional, Marlene José, através do Laboratório de escrita e (re) escrita de textos.
“É uma forma da própria biblioteca em si como uma instituição que promove a literacia de atrair também a partir do programa ´Cartas com Ciência`, os alunos infantojuvenis frequentarem mais a Biblioteca Nacional e a pesquisarem as obras e autores e a quererem saber mais sobre o que é ciência, o que é ser cientista”, relatou a responsável da Biblioteca Nacional.
Marlene José acredita que este projeto poderá vir ajudar os alunos são-tomenses no seu desenvolvimento académico “a medida que a partir disto” os mesmos podem querer “continuar os seus estudos numa carreira científica, e apelou para que mais escolas ao nível do país possam aderir ao programa “Cartas com Ciências”.