Mais de 300 estudantes são-tomenses no Reino de Marrocos continuam a viver em situação precária e em devido o atraso de bolsas por parte do Governo são-tomense, segundo a Presidente da Associação dos Estudantes, que acusa o Governo de ser insensível aos problemas do alunos.
“Isso é algo que o Governo deve se preocupar. Mandam estudantes para formar, e [é] para chegar a este nível? Tem que se fazer alguma coisa”, clamou a líder da associação, em declarações à RSTP.
Segundo Melanie Figueiredo, cada estudante deveria receber cerca de 300 dólares trimensais prometido pelo Governo são-tomense, mas desde o início do ano os alunos novos receberam 200 dólares e os antigos receberam apenas 100 dólares.
“Há estudantes que só conseguiram receber 50 dólares [devido desconto nos bancos], valor esse que não é suficiente nem para pagar o quarto em que o estudante reside. Há cidades em que os quartos são por volta de 80 euros para cima”, disse Figueiredo sublinhando que os estudantes têm outros gastos básicos, nomeadamente com “a saúde, a alimentação, materiais escolares, transporte”
A representante dos estudantes são-tomenses assegurou que alguns estudantes têm sobrevivido com o apoio enviado pelos pais e parte da bolsa paga pelas autoridades marroquinas no valor de 120 euros bimensais, enquanto outros, que não têm pais para enviar dependem de pessoas de “boa vontade”.
“Como é que o governo não sente sensibilizado em ver os seus filhos que eles mesmos enviaram [para Marrocos] para supostamente quando terminarem e voltarem ali e lhes ajudar, e estão nesta situação, nesta calamidade e eles ficarem de mãos cruzadas?” questionou Figueiredo.
“Nem ao menos ligar para dizer vamos fazer isso, vamos tentar melhorar isso, fazer alguma coisa de concreto. Não, eles basicamente nos enviam cá a nossa sorte, basicamente nós ainda temos que ser gratos por cá está, só que não é assim que funciona […] queremos melhorias e melhorias constantes”, acrescentou.
A líder da associação disse também que tentou vários contactos com o Ministério da Educação de São Tomé e Príncipe, mas até o momento não recebem nenhuma resposta positiva.
“Não temos estado a ver a mudanças e a desculpa [deles] é que nós somos muitos […] entretanto, se somos muitos, estão a mandar mais estudantes para cá. Porquê nos enviar para cá se a realidade é essa?”, questionou.