“Estudantes são-tomenses em Marrocos reclamam muito, mas alguns são chantagistas”- Ministra da Educação

Segundo a ministra o envio da bolsa é feito paulatinamente “consoante a necessidade do país e número dos alunos e as dificuldades”

Educação -
Rádio Somos Todos Primos

A ministra da Educação, Cultura e Ciências, Isabel Abreu afirmou que “estudantes são-tomenses em Marrocos reclamam muito” pelo atraso da bolsa, mas “alguns são chantagistas”, sublinhando que muitos não regressam ao país após concluírem os respetivos cursos.

“Estudantes são-tomense em Marrocos reclamam muito, mas também alguns são chantagistas. Eu não quero ser pessimista, mas a verdade deve ser dita, porque Marrocos é o país que nesse momento temos 344 estudantes, [mas] se eu perguntar qual é o retorno, nós não temos”, disse Isabel Abreu em entrevista à Rádio Nacional, na semana passada.

Abreu disse que atualmente existem cerca de 681 bolseiros são-tomenses em vários países nomeadamente, Angola, Brasil, Cuba, China, Marrocos, Moçambique, Cabo Verde, Portugal, Roménia, Guiné Equatorial, Rússia, Sérvia, Hungria e Argélia, embora em alguns casos o Governo não precisa enviar-lhes as bolsas de apoio, uma vez que recebem do países de acolhimento.

Mas, há uns que têm bolsas completas, têm residência, têm subsídio, têm tudo como os estudantes de Macau não precisam de nada. Os de China, nós não enviamos porque também não necessitam, […] eles têm tudo”, afirmou Isabel Abreu.

Mas, há países que nós temos que fazer um esforço de enviar [a bolsa], [e] há um número grosso de estudantes em Marrocos, e toda essa despesa praticamente está com OGE [Orçamento Geral do Estado], e não havendo financiamento é um esforço que o estado faz em financiar”, acrescentou.

Segundo a ministra o envio da bolsa é feito paulatinamente “consoante a necessidade do país e número dos alunos e as dificuldades”

Isabel Abreu admitiu que o Governo pagou apenas “um mês de bolsa” aos estudantes em Marrocos este ano, mas já fez “o novo procedimento para o pagamento de dois meses que já está em curso”.

Os estudantes em Marrocos dizem estar a viver em situação precária devido o atraso de bolsas por parte do Governo são-tomense, que acusam de insensibilidade perante os seus problemas.

Isso é algo que o governo deve se preocupar. Mandam estudantes para formar, e [é] para chegar a este nível? Tem que se fazer alguma coisa”, disse Melanie Figueiredo, presidente da Associação dos Estudantes São-tomenses em Marrocos, em declarações à RSTP.

Segundo Melanie Figueiredo, cada estudante deveria receber cerca de 300 dólares trimensais prometido pelo governo são-tomense, mas desde o início do ano os alunos novos receberam 200 dólares e os antigos receberam apenas 100 dólares.

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