Os casos de doenças mentais tendem a aumentar em São Tomé e Príncipe e as mulheres têm sido as mais afetadas, segundo o responsável pelo Programa de Saúde Mental, em declarações à RSTP, no Dia Mundial da Saúde Mental assinalado, a 10 de outubro.
Flávio Andrade admitiu que há muito tempo que não são feitos “estudos de prevalência sobre a saúde mental”, mas apontou que os pacientes mais procuram os serviços apresentam patologias mais frequentes de esquizofrenia, seguido de psicose aguda grave, epilepsia e os consumidores de álcool e droga.
O coordenador do Programa de Saúde Mental em São Tomé e Príncipe avançou que as mulheres têm sido as que mais recorrerem aos serviços de psiquiatria com doenças mentais, admitindo que os casos estão a aumentar devido o aumento da população no arquipélago.
“Nós temos uma população [maioritariamente] jovem, e segundo a OMS, o problema de saúde mental, começa dos 15 e 16 anos, se nós temos uma população larga e jovem com alguns problemas, claro que tem que tem que aumentar o número de população com problemas mentais”, disse Andrade.
“Por outro lado, já está estudado cientificamente que as mulheres são mais fáceis, devido a sua própria fisionomia, a mulher é mais carinhosa, precisa mais atenção, gosta mais de falar e nós homens não percebemos isso [então] a mulher, em termos de sexo, é o que nós mais temos na psiquiatria”, acrescentou.
Este ano, o Dia Mundial da Saúde Mental foi celebrado sob o lema “É hora de preservar a saúde mental no trabalho”, e a ministra da Saúde reconheceu que o país enfrenta grandes desafios ao lidar com a matéria, mas defendeu a necessidade urgente de resolver este problema.
“Precisamos de implementar políticas e práticas que promovam o bem-estar mental das nossas instituições e empresas, criando espaços de trabalho mais saudáveis e inclusivos. Ao priorizarmos a saúde mental no local de trabalho estaremos a contribuir a contribuir para um futuro mais sustentável, mais produtivo e mais feliz para todos”, admitiu Ângela Costa.
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde estimou que um em cada seis adultos em idade ativa sofria de um transtorno mental, segundo o representante desta organização para São Tomé e Príncipe.
“O trabalho pode prejudicar a saúde mental de várias maneiras, incluindo bullying e assédio, violência sexual, desigualdade e discriminação, racismo, cargas de trabalho pesadas, estresse, baixos salários, uma cultura tóxica e muito mais”, disse Abdoulaye Diarra.
“Ao mesmo tempo, o próprio trabalho pode proteger a saúde mental, proporcionando um senso de identidade e propósito e, claro, uma renda. E para pessoas com problemas de saúde mental, um bom trabalho pode ajudá-las a se recuperar e se integrar à comunidade”, acrescentou o representante da OMS para São Tomé e Príncipe.