PNUD apresenta alternativas de construção sustentável em São Tomé e Príncipe

O estudo é fruto de parceria entre a Promessa Climática II do PNUD e o Governo da Alemanha, conduzido por uma equipa de consultores independentes.

Ambiente -
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O Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentou na quinta-feira, 17, o estudo de Desenvolvimento de Alternativas de Construção Sustentável em São Tomé e Príncipe, com destaque para a Região Autónoma do Príncipe.

Este estudo visa apresentar outras opções para reduzir o uso de madeiras e areias nas construções feitas no país.

Nós aqui em São Tomé, tradicionalmente as nossas construções são feitas a base de madeira e isso implica cortes de árvores, outras construções que temos também é de alvenaria que implica também a extração de areias [nas praias] e não temos esses recursos que se não sabemos utilizar de forma sustentável, no futuro teremos problemas, então a geração futura não terá também recursos para poder construir estas casas”, disse a ministra do ambiente.

Nilda da Mata, falou das alternativas de construção sustentável para São Tomé e Príncipe.

Por exemplo, pode-se construir blocos através de plásticos recicláveis, uma experiência que também já é uma realidade na Costa do Marfim, vi ali imagens de escolas que foram construídas com blocos feitos através de plásticos reciclados, e nós também podemos fazer isso aqui em São Tomé e Príncipe, é possível, nós reciclamos os plásticos que temos aqui”, apontou Da Mata.

Outro exemplo que também que eu pude ver, é o bambu, nós temos bambu em São Tomé e Príncipe, tem técnicas próprias, é uma questão de nós apostarmos nas formações dos nossos jovens, aqui as nossas escolas profissionais apostarem na formação dos jovens porque há técnicas próprias para que eles próprios possa utilizar estes tipos de materiais”, acrescentou a tutelar da pasta do ambiente.

O estudo é fruto de parceria entre a Promessa Climática II do PNUD e o Governo da Alemanha, conduzido por uma equipa de consultores independentes.

O sector da construção desempenha um papel crucial no crescimento socioeconómico de qualquer país. É evidente que sem a construção não há desenvolvimento”, defendeu a representante do PNUD em São Tomé e Príncipe, Lovita Ramgutte.

No entanto, a extrema vulnerabilidade do nosso país, o tipo de clima com elevada humidade e temperatura, assim como a limitada disponibilidade de algumas matérias-primas, exige de decisores e operadores, um esforço para procurar e promover técnicas, materiais alternativos e viáveis e economicamente”, completou.

A representante do PNUD entende que para encontrar técnicas e matérias viáveis e económica para a construção sustentável no país, é necessário um longo processo.

“[Isso] requer conhecimento, recursos económicos e decisões políticas. Os resultados deste estudo contribuem a este processo que está em curso há algum tempo, e ao qual vários parceiros tem aportado relevante conhecimento”, disse.

Lovita Ramgutte assegurou que “a construção sustentável é importante na mitigação das mudanças climáticas” uma vez que “contribui para a redução dos gases de efeito de estufa”, um dos principais causantes das mudanças climáticas.

Na adaptação, a construção sustentável nos oferece edifícios mais eficientes energeticamente e com materiais resistentes aos impactos das mudanças climáticas, como as temperaturas extremas ou as inundações. Em termos de melhoria e qualidade de vida, a construção sustentável promove a saúde e o bem-estar das pessoas, através da melhoria da qualidade do ar interior, da redução da poluição sonora e do uso de matérias mais saudáveis”, precisou Ramgutte.

Este estudo foi apresentado no Instituto Guimarães Rosa, em São Tomé.

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