Governo e sindicato dos médicos de costas viradas após uma semana de greve geral

Apesar do aparente acordo entre o Ministério da Saúde e o sindicato dos Médicos para a suspensão da greve que já dura há uma semana, o Ministro do trabalho não abdica do cumprimento das formalidades.

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MÉDICOS

O Governo são-tomense e sindicato dos médicos continuam de costas viradas quanto a suspensão da greve geral no sistema nacional de saúde que já dura há uma semana, na qual exigem melhores condições de trabalho.

Numa conferência de imprensa dada na quarta-feira, o ministro do Trabalho e Solidariedade fez uma extensa cronologia dos acontecimentos desde a entrada do pré-aviso de greve dos médicos, sublinhando vários expedientes promovidos pelo ministério para notificar o sindicato sobre as alegadas irregularidades.

Uma greve tem de ser legitimada numa reunião geral com mais de dois terços de trabalhadores e tem de apresentar a direção a quem vai mediar esses elementos comprovativos. Por outro lado, é relevante recordar que o sector da saúde que se destina a satisfação das necessidades sociais impreteríveis está sujeito a obrigação de prestação de serviços mínimos e isso tinha de ser tratado numa reunião entre o sindicato e o Ministério da Saúde e a nossa mediação, e isso não aconteceu”, disse Celsio Junqueira.

Apesar do aparente acordo entre o Ministério da Saúde e o sindicato dos Médicos para a suspensão da greve que já dura há uma semana, o Ministro do trabalho não abdica do cumprimento das formalidades.

Se eles suspenderem agora a greve e meterem um pré-aviso legal e chegar a um acordo a noite, nós assinamos [o memorando], não há problema, o que nós queremos é um documento que dê entrada e que cumpra os requisitos para nós estamos à vontade para podermos mediar e rubricar, isto tem de acontecer, é tão simples”, sublinhou.

Em menos de 24 horas após as declarações do ministro do trabalho, os médicos reagiram.

Nós estamos firmes para continuar, não queremos responder isto hoje, num fórum próprio vamos falar sobre o assunto”, disse a secretária-geral do Sindicato dos Médicos, Benvinda Vera Cruz, assegurando que “a greve vai continuar”.

Nós estamos aqui nesta greve por causa da população, é tanta necessidade que estamos todos saturados, chegamos a uma fase de saturação, por isso mesmo estamos aqui, assim que o governo puser a nossa disposição tudo que nós exigimos que não é muito vamps levantar a greve e começar a trabalhar, fala-se de memorando, mas nunca cumpriu nenhum memorando mesmo”, afirmou Vera Cruz.

Em meio a paralisação, o sindicato garante apenas os serviços mínimos, ficando a população sem a grande parte dos cuidados de saúde.

Nós assumimos serviços mínimos, nós temos a urgência nas áreas de saúde, as áreas todas também têm urgência, nós estamos a assumir o nosso [dever], agora, se há morte, se há falta de medicamentos, isso já ultrapassa as nossas capacidades”, defendeu a secretária-geral do Sindicato dos Médicos.

O sindicato dos médicos tem na mão aquilo que é fácil de fazer e achando que estando a vida em risco, que apela-se a responsabilidade das partes”, replicou o ministro do trabalho.

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