A presidente do Conselho Nacional da Juventude, Edneusa Joaquim e a presidente da Associação dos Estudantes do Liceu Nacional, Sokheyna Santiago, em entrevista à RSTP, destacaram a importância de maior envolvimento da juventude são-tomense para o progresso do país, abordando diversas áreas de desenvolvimento.
As declarações das duas jovens líderes surgem no âmbito do Dia Nacional da Juventude, celebrado à 5 de novembro.
A presidente do CNJ apontou que as estratégias de desenvolvimento juvenil, muitas vezes elaboradas pelas autoridades a cada cinco anos, não são suficientemente divulgadas e muitas vezes a própria juventude desconhece o conteúdo.
“O objetivo é que essa estratégia seja espelhada para a juventude, que ela seja toda elaborada com as ideias e com os problemas dos jovens, que os jovens se vêm refletidos nas políticas que vão se criar e que seja divulgada ao seu todo para a juventude não só aqui [no país] como também na diáspora, porque não faz sentido nós fazermos um documento que só fica entre os dirigentes”, disse a líder do CNJ.
Já Sokheyna Santiago abordou a questão da participação juvenil na política, apontando que, embora a juventude tenha um conceito mais limitado da política, geralmente associando-a à adesão a partidos políticos, a mesma acrescenta que a política também pode se manifestar no associativismo e voluntariado.
“Nós pensamos que política é fazer parte de um partido político, mas não. Vamos falar por exemplo da política da juventude, do associativismo e voluntariado, isso não tem nada a ver com o partido político”, frisou, acrescentado que a mudança deve partir de cada jovem “em primeiro lugar e saber que política não significa fazer parte de um partido”.
“Nós podemos sim participar ativamente na política e principalmente enquanto jovem temos muito para dar ao nosso país e eu acredito que se cada um de nós fazermos a nossa parte o país avança”, completou.
Sokheyna Santiago defendeu que “a única saída para os jovens estudantes” enfrentando dificuldades, especialmente após o fim do ensino secundário, é buscar engajamento em atividades associativas e voluntárias.
“Sinceramente, isso mudou a minha vida, se eu não tivesse isso como um passatempo, eu não sei o que eu faria, eu estaria bem frustrada porque quero estudar no exterior […] então acredito que a única saída é associativismo e voluntariado”, admitiu Santiago.
Sokheyna Santiago, que se encontra no fim do seu mandato à frente da Associação dos Estudantes do Liceu Nacional, aproveitou a oportunidade para chamar a atenção para a necessidade de melhorias nas escolas, ressaltando a importância da requalificação das infraestruturas escolares, com um enfoque especial na inclusão de alunos com deficiência, de forma a garantir um ambiente mais acessível e igualitário para todos os estudantes.
“No Liceu não tem ambientes adaptados para os deficientes e dificulta muito, por exemplo um aluno que usa carinho de roda não existe uma rampa com acesso a sala de aula. Quanto as atividades realizadas pela associação, dificilmente vemos jovens deficientes em atividades juvenis, entre outras […] acredito que há essa inclusão, mas falta fazer muito mais”, disse.
Edneusa Joaquim, por sua vez, voltou a sublinhar a necessidade de mais união e engajamento entre os jovens, e enfatizou que, para o crescimento e desenvolvimento sustentável do país, é preciso que os jovens se unam em prol de causas comuns, superando a visão individualista e egoísta.
“Nós somos tão egoístas que só pensamos em nós e esquecemos que nascemos para a sociedade […] e para isso precisamos unir. É difícil ver um grupo de pessoas unirem para uma causa comum”, vincou Joaquim.
As duas ressaltaram a importância de uma juventude mais unida, informada e ativa, capaz de contribuir de maneira mais efetiva para o desenvolvimento do país, destacando o papel fundamental da juventude para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
