O primeiro-ministro são-tomense, Patrice Trovada pediu hoje, na COP 29, mais financiamentos para o país investir numa transição rápida para a energia renovável, captura de carbono e outras tecnologias verdes, bem como para a promulgação de regulamentações mais rígidas e uma abordagem justa e unificada.
O chefe do governo ao discursar na 29ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP29), que decorre em Baku, no Azerbaijão, sublinhou que o país precisa “aumentar a conscientização pública global”.
“Independentemente das geografias, os fatos e a ciência são exclusivamente vocais sobre o agravamento conjuntivo do mundo. Somos líderes, liderando pessoas, e é nossa responsabilidade garantir que nossa decisão e ação tragam benefícios concretos para eles, capazes de moldar o futuro da humanidade”, disse o chefe do governo são-tomense.
Segundo Trovoada, como um pequeno estado insular em desenvolvimento, São Tomé e Príncipe “enfrenta especificidades e vulnerabilidades que o tornam particularmente sensível às mudanças climáticas”.
“Embora São Tomé e Príncipe tenha uma baixa taxa de emissão de gases com efeito de estufa, as nossas populações sofrem todos os dias as consequências das alterações climáticas. Esses efeitos colocam em risco a segurança alimentar, os recursos hídricos e os meios de subsistência, além de comprometer quaisquer iniciativas de desenvolvimento e resiliência”, disse o chefe do executivo.
Realçou ainda que “apesar desses desafios”, as autoridades têm “feito esforços contínuos para adaptar e mitigar as mudanças climáticas, mobilizando o financiamento climático para o desenvolvimento sustentável e a proteção do ecossistema” nacional.
“Iniciativas notáveis incluem a conservação do mangal, a criação de áreas marinhas protegidas e a proteção do parque natural na ilha de São Tomé, bem como na ilha do Príncipe, que já foi reconhecida como reserva mundial da biosfera”, frisou.
Patrice Trovoada reafirmou o compromisso do país em reduzir as emissões em 27% até 2030, através do Acordo de Paris.
“Em 2023, começando por Portugal, assinamos um memorando para converter parte da nossa dívida bilateral em ação climática, garantindo a preservação do capital natural, contabilizando hoje 5,3% do total da nossa dívida externa”, referiu.
“Esse tipo de iniciativa pode transformar São Tomé e Príncipe em um exemplo global de como conciliar o alívio da dívida e a recuperação económica com a proteção ambiental”, concluiu Trovoada.
Entre os países africanos de língua portuguesa, participam na COP29 o primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada e o Presidente da República de Moçambique, Filipe Nyusi.