A falta de infraestruturas adequadas, além da carência de recursos e equipamentos tem condicionado o desenvolvimento de natação em São Tomé e Príncipe, segundo o presidente da federação da modalidade no arquipélago, Angélico Santos em entrevista à RSTP.
“Piscinas de hotéis não estão talhadas para a natação a nível competitivo, além de mais, os honorários que pedem para a utilização é muito caro, e por outro lado, não há disponibilidade em termos um programa regular de trabalho a nível das piscinas”, disse o presidente da federação.
Angélico Santos sublinhou ainda que um dos maiores desafios que a federação enfrenta “tem a ver com a construção de uma piscina ao nível nacional”, tendo desafiado as autoridades do país para “rever a questão da piscina do clube náutico” que deixou de funcionar há vários anos.
“[As autoridades também têm que saber] quem pode avançar com o processo e trabalharmos todos para que possamos retomar o funcionamento daquela piscina, o que seria uma mais-valia para a federação de natação e não só e um passo bastante importante no caminho para a construção deste grande edifício que nos leva a ter uma natação saudável ao nível do país”, referiu Santos.
O presidente da Federação Santomense de Natação afirmou que esta preocupação tem sido levada de forma permanente às autoridades, mas não tem tido feedback positivo.
“Mas, não vamos desistir, nem cansar, vamos continuar a insistir para que a curto e médio prazo essa questão possa ficar resolvida, para a recuperação daquela piscina ou a construção de uma outra piscina”, admitiu.
“Não diria nessa fase olímpica, mas semiolímpica para se permitir preparar para os grandes eventos, porque anualmente nós temos pelo menos duas ou três competições de dimensão mundial que São Tomé e Príncipe é convidado a participar”, acrescentou Angélico Santos reforçando que o país “foi convidado a participar num mundial de natação em Qatar”, mas, infelizmente a federação não conseguiu levar os atletas por motivos internos.
“A federação pagou tudo, desde a viagem, estadia, hotéis e nós com viagem paga e tudo pago, tivemos impedimento ao nível interno para viajar à Qatar. Os atletas tiveram impedimento, e quando houve reclamação por parte do presidente da federação também foi impedido”, completou.
Angélico Santos salientou ainda que “pelo facto de não terem conseguido levar os atletas a Qatar com tudo pago” a federação foi intimada a pagar uma divida de 6 mil dólares.
“Quando há um esforço dos organismos desportivos ao nível internacional, ao nível interno não pode haver criação de barreiras e impedimentos, porque os organismos desportivos internacionais têm as suas regras” disse.
A Federação Santomense de Natação, foi relançada em Maio de 2021, com o objetivo de promover a prática do desporto no país. No entanto, Angélico Santos, avançou que 80% da população são-tomense não sabe nadar, um fator que não só limita o acesso ao desporto desde a infância, mas também dificulta a conscientização sobre a importância da natação, tanto como atividade física quanto como habilidade essencial para a segurança nas águas, especialmente em um país insular.