Casas degradadas, sem soalho, com chapas de zinco rasgadas e paredes danificadas é o retrato de residências de várias famílias em São Tomé e Príncipe, que vivem situações de desespero, sobretudo em dias de chuva, como retrataram à RSTP pelo menos três famílias em Pantufo que pedem ajuda.
Maria Soares é desempregada e vive numa barraca com um bebê de um ano que tem ao seu cuidado, e afirma que não tem condições financeiras para reabilitar o seu espaço.
“Há cinco anos estou nesta situação, porque a barraca não é minha, é da minha filha. Ela fez essa barraca para vender coisas, mas depois me viu nesta situação e mudou, dizendo-me para viver aqui. Quando chove, a água entra e eu tenho que tapar com plástico. Caranguejos entram, e ainda estou perto do mar e tenho um bebê para cuidar, preciso protegê-lo“, disse a sinistrada à RSTP.
Vanessa Santana e Guiomar Alves, também residentes em Pantufo, são beneficiárias de programas sociais do governo, mas consideram que o auxílio é insuficiente, tanto para a reabilitação da residência quanto para garantir o sustento da família.
“Eu morava numa casa de renda, mas não consegui pagar. Estou a receber o dinheiro do programa de carenciados, mas o valor acumulou bastante. Eles fizeram esta casa para mim, mas quando chove, tenho que bater à porta do meu irmão para dormir. Esta casa só é boa durante o tempo de seca, as roupas dos meus filhos estragaram todas. É a minha madrinha quem dá roupas para os meus filhos”, relatou Vanessa Santana.
“Minha mãe tomou o dinheiro de carenciado que foi acumulando durante dois anos, e em vez de reparar a casa, compraram chapa de 90 dobras e colocaram em cima da casa“, disse o filho de Guiomar Alves.
Vanessa Santana tem quatro filhos menores, com idades entre 6 e 15 anos, enquanto Guiomar Alves tem duas filhas menores, de 11 e 14 anos. Nos dias de chuva, estas famílias são forçadas a buscar abrigo nas casas dos familiares mais próximos, pois a água invade as suas residências.
“Eu peço, por favor, que São Tomé e Príncipe ajude a minha mãe e nos dê uma mão. A casa não está em condições”, apelou o filho de Guiomar Alves.
Estas famílias, fazem parte de muitas outras que vivem em situações de habitação precárias em São Tomé e Príncipe e que têm clamado pela mudança de vida.