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Miques João diz que vai acatar a suspensão imposta pela Ordem dos Advogados

Miques João

O advogado são-tomense, Miques João Bomfim disse hoje que vai acatar a suspensão de 45 dias imposta pela Ordem dos Advogados de São Tomé e Príncipe, apesar de não ter sido formalmente notificado da decisão que disse ter conhecimento pela comunicação social.

Eu respeito a decisão da Ordem, eu não sou marginal, nunca serei e jamais, eu sou advogado, fui advogado, a partir de sexta-feira, deixei de ser, porque a ordem decidiu caçar a carteira, continuarei sempre a defender as normas, os bons costumes, as boas práticas e a justiça”, disse Miques João.

Eu me considero um cidadão comum, como qualquer cidadão, não sou mais advogado, porque a Ordem assim decidiu que o Miques João já não é mais advogado e eu respeito isso”, admitiu.

Miques João informou que já havia alertado ao povo são-tomense sobre esta situação no mês passado quando disse esperar que a Ordem dos Advogados e o Tribunal Constitucional não estejam a preparar “uma cabala política” para tentar tirar-lhe a carteira profissional e impedi-lo de defender o arguido Lucas no julgamento no Tribunal Militar.

E está cá o resultado […] a Ordem dos Advogados é uma instituição, composta por vários elementos que são membros da Ordem, havendo uma questão interna dentro da Ordem dos Advogados, seja um processo disciplinar seja o que for dentro da Ordem, ficam dentro da Ordem, se existe uma decisão recaída sobre Miques João, eu tinha que ser notificado da decisão e é uma questão que nós resolveríamos internamente”, vincou.

A questão é, qual é o interesse da Ordem dos Advogados vir a televisão pública são-tomense, a Rádio Nacional e fazer um comunicado que Miques João Bomfim está suspenso como advogado, qual é a intenção? Se não é político”, questionou o advogado.

Miques João Bonfim, representante do único civil condenado no processo sobre o ataque ao quartel em 25 de novembro de 2022, foi suspenso por 45 dias pela Ordem dos Advogados.

A decisão consta de uma deliberação do Conselho Jurisdicional da Ordem dos Advogados de São Tomé e Príncipe (OASTP), de quarta-feira e enviada à RSTP, na qual se fundamenta que Miques João Bonfim “tem utilizado as redes sociais e a comunicação social para fomentar a opinião pública contra a OASTP, colocando em causa a credibilidade e a confiança dos cidadãos na instituição, afirmando que a Ordem está numa cabala política para lhe retirar a cédula profissional”.

A suspensão “fundamenta o justo receio” de Miques João Bonfim, “na veste de advogado com inscrição em vigor, continuar a praticar reiteradamente atos que pela sua gravidade consubstanciem infrações disciplinares, bem como a perturbar o andamento da instrução do processo prejudicando ainda mais a nobreza do exercício de advocacia e os fins e prestígio da OASTP”, lê-se.

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