O Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE), com o financiamento da União Europeia (UE), em cerca de 4.5 milhões de euros, construiu várias infraestruturas na comunidade de Apolónia, distrito de Cantagalo, visando melhorar a qualidade e a competitividade do cacau são-tomense no mercado internacional.
Entre as obras realizadas, destacam-se a construção de uma sede da Associação de Produtores de Cacau de Qualidade/Bio, quatro secadores, sendo um melhorado e três tradicionais, uma casa de fermentação e um armazém, com o objetivo de apoiar os produtores de cacau nesta comunidade.
“Este financiamento contribui para atualizar o quadro jurídico do sector agrícola, reforçar as capacidades de todos os atores envolvidos no apoio técnico, na produção e a comercialização dos produtos, aumentar a produção e rentabilidade, apoiar os processos de certificação dos produtos e apoiar a colocação no mercado dos produtos agrícolas de São Tomé e Príncipe”, afirmou o Chefe de Cooperação da União Europeia para São Tomé e Príncipe e Camarões, Jerome Pons.
Pons admitiu que “o projeto adota uma abordagem de agricultura sustentável e adaptação as mudanças climáticas para consolidar as fileiras tradicionais de exportação da agricultura de São Tomé e Príncipe”.
Atualmente, Apolónia conta com 39 agricultores, dos quais 14 são mulheres, e produziu 16 toneladas de cacau este ano, um aumento de 4 toneladas em relação ao ano anterior.
“De salientar que com todos estes apoios fornecidos pelo PAFAE, a nossa produção tende a crescer. Agora temos outros desafios para frente. [Queremos] desafiar o ministro da agricultura a nos fornecer melhores condições de vias, extensão de rede elétrica, saneamento e entre outros”, disse o Presidente da Associação de Produtores de Cacau de Apolónia, Esmael Conceição.
A comunidade de Apolónia, uma das antigas da Roça Uba Budo na Ilha de São Tomé, é reconhecida pela produção de cacau de alta qualidade. É também uma das 21 comunidades que fazem parte da CECAQ11, sendo a agricultura a principal atividade económica.
“Hoje estamos a falar de uma sede em que os produtores possam fazer reuniões, fazer outras coisas para que depois possam conseguir trabalhar piamente no sentido de manter a qualidade do nosso cacau”, frisou o Diretor Executivo da CECAQ1, Adalberto Luís.
“O nosso cacau possui uma reputação, assente na sua elevada qualidade que precisa ser preservada, sobretudo quando sabemos que pela sua dimensão geográfica, o nosso país não pode competir por via da quantidade com os demais produtores, apenas por via de qualidade”, disse o representante do ministro da agricultura, Carlos Pascoal.
“Nesta ótica, a manutenção da qualidade do cacau produzido em São Tomé deve constituir um motivo de preocupação para todos os intervenientes neste sector”, referiu Pascoal.
Este projeto, que incluiu a construção de quatro novos secadores, uma casa de fermentação de cacau e a sede da associação, faz parte de um investimento global de mais de 192 mil euros (aproximadamente 4 milhões de dobras) que beneficiou 16 associações de produtores de cacau, pimenta, café e coco.
O Projeto de Apoio às Fileiras Agrícolas de Exportação (PAFAE) de São Tomé e Príncipe é financiado pela União Europeia e pelo Camões, I.P. e implementado pelo Instituto Marquês de Valle Flôr (IMVF) em estreita parceria com o Ministério de Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pesca (MADRP) de São Tomé e Príncipe e tem vindo a contribuir para a fortalecimento da economia e a criação de emprego em São Tomé e Príncipe no setor das fileiras agrícolas de exportação.