Em Entrevista: 80% da população são-tomense com HIV/SIDA estão em Água Grande

Relativamente ao diagnóstico e tratamento por parte do sistema de saúde, a coordenadora do Programa Nacional de Luta contra Tuberculose, HIV/SIDA, ISTs e Hepatites Virais adiantou que a sua equipa não tem tido muitos desafios, graças ao “apoio de alguns parceiros”.

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Cerca de 80% da população são-tomense infetadas com o HIV/SIDA estão concentradas no distrito de Água Grande, maior em termo populacional, segundo os dados revelados pela Coordenadora do Programa Nacional de Luta contra Tuberculose, HIV/SIDA, ISTs e Hepatites Virais, Alzira do Rosário em entrevista à RSTP.

De acordo com a responsável, apesar deste alto índice de concentração, tem registado uma redução significativa na prevalência da doença no país, sendo que os casos ao nível da população geral caiu de 1,5% para 0,5%, refletindo os esforços realizados por meio de diversas ações de combate ao HIV/SIDA, mas, apontou o aumento da doença em “grupos de maior risco” no arquipélago.

Temos por exemplo no grupos das trabalhadoras de sexo, a prevalência está a volta de 3,3%, nos homens que têm sexo com homens, esta prevalência também está mais alta do que a população geral que é de 2,4%”, revelou Alzira do Rosário.

Relativamente ao diagnóstico e tratamento por parte do sistema de saúde, a coordenadora do Programa Nacional de Luta contra Tuberculose, HIV/SIDA, ISTs e Hepatites Virais adiantou que a sua equipa não tem tido muitos desafios, graças ao “apoio de alguns parceiros”.

Temos os testes todos, temos os medicamentos, o nosso maior desafio é mesmo com os nossos pacientes. O VIH/SIDA é uma doença que ainda continua a ser estigmatizada, então isso faz com que os pacientes de quando em vez não recorrem aos nossos serviços de saúde para serem tratados”, precisou.

Temos por exemplo uma taxa de 3,3% de abandonos, aqueles que vêm ao serviço de saúde, começas a afazer tratamentos, mas depois abandonam por uma ou outra questão”, acrescentou Alzira do Rosário, sublinhando que estes abandonos estão relacionados aos “estigmas” .

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A coordenadora ressaltou que a equipa do Programa Nacional de Luta contra Tuberculose, HIV/SIDA, ISTs e Hepatites Virais tem trabalhado que com os meios de comunicação “para a mudança de comportamento”.

Levamos as informações sobre a doença, passando a informação de que o VIH/SIDA agora é uma doença crónica como uma outra qualquer, basta o paciente fazer a sua medicação como deve ser e a outra estratégia que nós temos é utilizar grupo de pessoas que já vivem com a doença e eles irem a comunidade falarem e fazerem a sensibilização na primeira pessoa, para que as outras pessoas comecem a ver que SIDA não é bicho de sete cabeças”, frisou.

No entanto, a Associação Santomense para Promoção Familiar (ASPF) e o Ministério de Saúde, no âmbito da comemoração do Dia Internacional de Luta Contra o SIDA, assinalado a 1 de Dezembro, realizaram uma “semana de campanha internacional de teste de VIH/SIDA e Hepatites Virais” que percorreu todos os distritos do país, incluindo a Região Autónoma do Príncipe.

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