Em Entrevista: Pindó: “Eu quero levar ideias de negócios e motivar os jovens”

Segundo Pindó “o ponto mais crítico” do empreendedorismo em São Tomé e Príncipe “é a preguiça que vem de cima para baixo e de baixo para cima”, sublinhando que “muita gente que está na função pública só vai lá para marcar a presença e ir embora para casa, não trabalha, são preguiçosos”.

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Pindó

O empreendedor, humorista e ativista social são-tomense, Apolinário Zeferino mais conhecido como “Pindó”,com mais de 20 anos em várias áreas, nomeadamente a música, realização de eventos, palestras motivacionais e que recentemente abriu seu espaço de massagens em São Tomé, vai lançar uma série de palestra para continuar a motivar os jovens do país.

Durante a entrevista à RSTP, “Pindó”, disse que as palestrar terão o objetivo de motivar os jovens a explorar ideias de negócios e descobrir os seus talentos, numa altura onde muitos têm deixado o país em busca de melhores oportunidades.

Eu quero levar ideias de negócios e motivar os jovens a descobrirem talentos, porque nós estamos a ver muita gente a abandonar São Tomé e Príncipe e nós não podemos abandonar a nossa pátria. Temos que lutar porque o país é nosso e se nós abandonarmos o país, quem vai tomar conta do país, são os estrangeiros e depois para voltarmos a recuperar a nossa pátria, vai ser muito tarde”, disse Pindó.

O empreendedor disse ainda que a iniciativa visa “promover a valorização do potencial local e incentivar o empreendedorismo jovem no arquipélago”.

Pindó defendeu que os jovens que pretendem ser “empreendedores, têm que deixar de ser preguiçosos”.

Não adianta nós irmos a procura de empreendedores em São Tomé e Príncipe quando não há condições nenhuma para quem empreende de verdade. Um país que não se valoriza quem empreende de verdade, quem passa pela chuva, pelo sol, pela tempestade e continua, e que se dá dinheiro a quem nunca fez nada para inventar modas, quando se deveria cultivar uma forma de incentivar quem já está a trabalhar. Tem que se financiar quem já está a fazer coisas de verdade”, defendeu.

O empreendedorismo em São Tomé e Príncipe está do jeito que está porque ainda não descobrimos o que queremos. Se nós queremos ser empreendedor de verdade, e se queremos ser empreendedores temos que deixar de ser preguiçoso”, acrescentou.

Segundo Pindó “o ponto mais crítico” do empreendedorismo em São Tomé e Príncipe “é a preguiça que vem de cima para baixo e de baixo para cima”, sublinhando que “muita gente que está na função pública só vai lá para marcar a presença e ir embora para casa, não trabalha, são preguiçosos”.

Pindó apelou também aos jovens que pretendem deixar o país a se prepararem para os novos desafios na Europa, principalmente em Portugal, reforçando que “os filhos de São Tomé e Príncipe” têm que ter educação de berço.

Nós temos que começar a valorizar o nosso país, ser homem em São Tomé e Príncipe, arranjar forma de sair [do país] com alguma formação, nem que seja de berço, porque se vemos os comportamentos de alguns filhos de São Tomé e Príncipe além-fronteira, têm sido um desastre”, precisou.

Além de humorista, empreendedor e ativista social, Pindó também é cozinheiro, gestor comercial, organizador e gestor de eventos e cantor. Ao longo da sua trajetória, destacou-se em diversas áreas. No ramo da gastronomia, foi pioneiro no setor de fast food em São Tomé e Príncipe e, atualmente, possui duas roulottes de sucesso no país.

Recentemente, esteve entre os catorze são-tomenses que foram distinguidos entre as 100 personalidades mais influentes da lusofonia, na edição 2024 (quarta) da iniciativa promovida pela Bantumen para homenagear e celebrar a multiplicidade, excelência e potência de pessoas negras que partilham o português como língua oficial.

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