Só na maternidade do Hospital Central, há cerca de quatro adolescentes grávidas prestes a dar a luz, segundo a ministra da Saúde, que admitiu que “é um fenómeno” que tem afetado a sociedade são-tomense, por isso apelou ao planeamento familiar, mas sem referir-se à possíveis casos de crime de abuso sexual.
“Dando à luz nessa idade há consequências mesmo para o bebé nascer, que poderá também complicar a vida da adolescente, e também mesmo o atraso que ela poderá ter visto que, nós durante a conversa com elas, algumas já estão na décima classe e no décimo primeiro ano, e então é o atraso [para elas] mesmo no estudo”, declarou Ângela Costa, que esteve na maternidade do hospital central, como habitual nas primeiras horas do primeiro dia do ano para saudar as mães e principalmente o bebé do ano.
A ministra da Saúde e dos Direitos da Mulher não revelou dados sobre a idade das mães menores, muito menos de quem as engravidou, sendo certo que se se tratar de adultos configura-se em crime público punido por lei.
No entanto, sem assumir a preocupação ou esclarecer sobre os possíveis casos abuso sexual de menores, Ângela Costa, optou por aconselhar à aposta no planeamento familiar.
“Nós alertamos quanto à isso, que nós temos a prevenção em todos os serviços, tanto nos postos de saúde como nos centros de saúde temos o planeamento familiar, então aconselhamos os pais à conversarem com as suas filhas que é preferível fazer o planeamento familiar do que ter uma gravidez precoce”, acrescentou a ministra.
O fenómeno de gravidez na adolescência é consequência de ato sexual envolvendo menor de idade, no entanto, embora o elevado caso de meninas que se apresentam grávidas na sociedade são-tomense, poucos são os casos conhecidos sobre procedimentos criminais instaurados contra quem as engravida, quando se trata de adultos.
“As violações e os abusos sexuais de menores continuam a registar índices elevados sem que a justiça consiga dar resposta satisfatória ao problema”, sublinhou o Presidente da República, Carlos Vila Nova na sua mensagem de final do ano.
O primeiro bebé do ano chama-se Ariel e nasceu às 3 horas da manhã do dia 1 de janeiro e o segundo, chama-se David e nasceu às 6 horas. Os meninos receberam prendas, neste ato tradicional que resulta de uma parceria entre a Direção dos cuidados de saúde e o Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP).
“Todos os anos nós fazemos isso, premiamos sempre na maternidade central dois bebés e também na Região Autónoma do Príncipe, e nos outros distritos que também temos a maternidade, premiamos sempre um”, disse a ministra da saúde.
A representante do FNUAP aproveitou para deixar uma mensagem aos pais para que cuidem bem dos seus filhos.
“Cuidar de uma criança não é propriamente fácil, portanto, toda gravidez deve ser planeada e quando ela acontece, a criança merece toda a atenção e todo o cuidado dos seus pais”, precisou Edna Peres.
